Condenado pela primeira vez na Lava Jato, nesta quarta-feira (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda é réu em outras 5 ações na Justiça Federal. Nas mãos de Sérgio Moro, o ex-presidente foi sentenciado a 9 anos e seis meses de prisão por supostamente ter recebido propinas de R$ 3,7 milhões da OAS através de três contratos com a empreiteira OAS e a Petrobras, por meio de um triplex no balneário do Guarujá e através do armazenamento de bens do petista, entre 2011 2016, recebidos na época em que era presidente, em troca de "vantagens indevidas".
O primeiro caso em que o petista se tornou réu foi por obstrução de justiça junto ao senador Delcídio do Amaral, na tentativa de compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Lula é réu com seu amigo pecuarista José Carlos Bumlai, o banqueiro André Esteves, Delcídio e mais três pessoas.
O ex-presidente também responde por corrupção passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa em um processo sobre obras da Odebrecht na Angola, África, que corre na 10ª Vara Federal de Brasília, sob o comando do juiz Vallisney de Souza Oliveira. O caso é fruto da Operação Janus, um desdobramento da Lava Jato.
Segundo o Ministério Público Federal, o ex-presidente teria usado sua influência para conseguir contratos para a construtora no país africano, em obras financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). O apoio da Odebrecht teria sido repassado principalmente por meio de pagamentos de palestras ministradas pelo petista.
A compra de caças pelo governo Federal também levou Lula ao banco dos réus. No âmbito da Operação Zelotes, o ex-presidente é acusado de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa por supostamente ter tentado interferir na aquisição de 36 aviões militares da fabricante Saab.
Para o MPF, o ex-presidente teria negociado a prorrogação de medida provisória que concedia incentivos fiscais para montadoras de automóveis.
Ainda na Lava Jato, Lula é réu na Justiça Federal de Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um processo sobre a compra de um terreno para seu instituto, em São Paulo, e de um apartamento vizinho ao imóvel onde ele reside, em São Bernardo do Campo, no interior paulista.
Os dois negócios estariam ligados ao pagamento de propina pela Odebrecht. A área que sediaria a fundação do ex-presidente foi adquirida em novembro de 2010 pela DAG Construtora, que pertence a um empresário ligado a Marcelo Odebrecht. Segundo a Polícia Federal, a empreiteira estaria ligada à compra.
Lula foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso referente ao sítio em Atibaia. Segundo a acusação, as empreiteiras OAS, Odebrecht e Schahin teriam desembolsado R$ 870 mil em benfeitorias para adequar o imóvel às necessidades do ex-presidente, como parte do esquema de propinas que ele teria “estruturado” na Petrobras. O caso está nas mãos do juiz Sérgio Moro, que pode aceitar a denúncia ou não.