O advogado Luís Henrique Machado, que defende o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou, neste sábado, 22, as investigações acerca da suposta tentativa de seu cliente, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), e do ex-presidente José Sarney (PMDB-MA), de barrar a Lava Jato, como um "inquérito vazio". Para o defensor, o peemedebista foi "gravado clandestinamente" pelo delator Sérgio Machado "ao exercer a típica função parlamentar".
Nesta sexta-feira, 21, a Polícia Federal concluiu que os áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em conversas com os três peemedebistas não configuram obstrução de Justiça. A delegada da Polícia Federal considerou que, ainda que "lamentável", o comportamento demonstrado por Sarney, Jucá e Renan está assegurado como prerrogativa de seus cargos. A PF ainda recomendou que Machado não receba os benefícios de acordos de delação premiada.
Nos diálogos, Jucá afirma ser necessário ‘mudar o governo para estancar a sangria’ e mencionava como "solução" o então vice-presidente Michel Temer.
O então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ressaltou a necessidade de regulamentar a delação premiada em conversa com Machado.
Já Sarney disse prever que a delação da Odebrecht teria o efeito de uma "metralhadora ponto 100".
O advogado de Renan, Luís Henrique Machado, sustenta que "o crime de obstrução de Justiça nunca existiu". "O Senador Renan foi gravado, clandestinamente por um delator, ao exercer a típica função parlamentar de discutir e debater projetos de lei com os seus pares, sem qualquer intenção espúria de obstruir a Operação Lava Jato."
Segundo o defensor, ‘trata-se de um inquérito vazio, tendo em vista que as medidas cautelares de prisão preventiva e de busca e apreensão relativas ao caso foram indeferidas’. "É de se reconhecer que a probabilidade de arquivamento é elevadíssima", concluiu.