Os municípios de Pernambuco, Alagoas, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em estado de calamidade serão os primeiros beneficiados com o Cartão Reforma, programa do governo federal, viabilizado pelo Ministério das Cidades. Porém, as famílias terão que esperar mais um pouco, já que o evento de lançamento, adiado diversas vezes, permanece sem data definida.
“Nós vamos abrir imediatamente o sistema para o cadastramento desses municípios que estão em estado de calamidade. E na semana seguinte, nós abrimos o Cartão Reforma para o restante do brasil. Nós estamos esperando só Caruaru dar um pontapé nacional”, disse o ministro das Cidades, Bruno Araújo.
Segundo o ministro, a nova data será marcada após a votação da admissibilidade ou não da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva na Câmara dos Deputados. Todos os ministros com cargo de deputado federal deverão ser exonerados para votar, incluindo ele próprio, que defende o voto contra a denúncia para garantir a estabilidade política e econômica do país, que segundo ele seria ameaçada com a saída do presidente. “Votar contra não significa o processo ser arquivado, significa o processo começar em 1º de janeiro de 2019 e permitir que o país respire e ajude a sair dessa grave crise”, contou.
Bruno Araújo está em Recife participando do 4º Congresso Pernambucano de Municípios da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), motivo pelo qual o lançamento do Cartão Reforma em Caruaru foi adiado novamente. Desta vez, o presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB) pediu para que o ministro reagendasse o evento. “O prefeito Patriota pediu que nós adiássemos o anúncio hoje por conta do evento da Amupe, era mais do que razoável”, contou o ministro.
Primeiramente, o Cartão Reforma seria lançado em maio, com a presença do Michel Temer, mas foi adiado para o dia 22 de junho, para que na ocasião ele conhecesse a festa de São João de Caruaru. Mas com as denúncias envolvendo o presidente nas delações dos excecutivos da JBS, tanto essa agenda quanto a devolução da autonomia de Suape, que também estava marcada, foram canceladas.
Em nova data, dia 19 de julho, Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) iriam prestigiar o lançamento. O ato era um aceno para o PSDB de Bruno, que vem evidenciando um racha interno por conta de divergências a respeito da permanência na base aliada. Porém, com a investida de Temer uma semana antes aos dissidentes socialistas para buscar cooptá-los para o seu partido, o PMDB, instaurou-se um atrito entre peemedebistas e o DEM, que já estava de olho nesses dissidentes. Oficialmente, a agenda foi cancelada por questões logísticas, segundo informou o Palácio do Planalto.