Vice-líder da oposição reavalia estratégia para votação da denúncia

Segundo Silvio Costa (PTdoB), com o quórum suficiente para votação, a nova estratégia seria o 'constrangimento' dos parlamentares que defendem Temer
Editoria de Política
Publicado em 25/07/2017 às 12:13
Segundo Silvio Costa (PTdoB), com o quórum suficiente para votação, a nova estratégia seria o 'constrangimento' dos parlamentares que defendem Temer Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil


O vice-líder da oposição na Câmara, o deputado federal Silvio Costa (PTdoB), diz estar reavaliando a estratégia do bloco oposicionista diante da votação pela admissibilidade ou não da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva, protocolada pelo procurador Geral da República, Rodrigo Janot. A decisão final, porém, vai depender do que for acordado pelos líderes dos partidos que formam o bloco oposicionista. 

“A ideia inicial, que seria não dar quórum, talvez tenha que ser reavaliada exatamente como instrumento de pressão em cima daqueles que insistem em defender Temer. Eu já estou entendendo que, como lamentavelmente nós não vamos conseguir os 342 votos, então vamos pra tese do constrangimento”, disse o deputado nesta terça-feira (25), durante Congresso da Amupe.

Silvio Costa disse que chegou a telefonar para cerca de 100 deputados federais para sentir o clima da apreciação da denúncia, marcada para o dia 2 de agosto, logo após o recesso parlamentar. “Eu percebi naqueles que defendem temer um certo receio do quórum”, contou. A nova estratégia seria então ocupar o plenário com pelo menos 342 deputados, o equivalente a dois terços do total de 513, para que haja o quórum suficiente para a votação e assim os parlamentares serem obrigados a declarar publicamente seu voto, o que significaria um custo alto a ser pago. “E na hora que der o quorum ele vai ter que chegar lá e colocar a digital”, disse Silvio.

Ministros

Silvio Costa citou os quatro ministros pernambucanos, Bruno Araújo (PSDB), das Cidades, Mendonça Filho (DEM), da Educação, Raul Jungmann (PPS), da Defesa e Fernando Filho (PSB), de Minas e Energia, que devem ser exonerados dos seus cargos para votar a favor do seu aliado.

“Eles buscam a campanha majoritária (em 2018). Eu quero ver eles botarem o dedo lá. Eu também sou pré-candidato a senador, dizem que eles são pré-candidatos, então vamos fazer logo um divisor de águas agora nessa votação de Temer.  O Temer vai mandar os quatro para lá, com certeza, e eu quero ver os quatro chegarem lá e dizerem ‘voto em Temer’, eles dizerem que temer é um homem de bem”, alfinetou o deputado.

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