De 94 deputados do PT, PCdoB, PSOL e PDT, três não declaram voto sobre a admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer para o placar da denúncia do jornal O Estado de S. Paulo. Os demais representantes dos quatro partidos se declaram favoráveis à investigação pelo Supremo Tribunal Federal.
Os deputados Gabriel Guimarães (PT-MG) e Damião Feliciano (PDT-PB) não quiseram declarar o voto, já Roberto Goés (PDT-AP) disse estar indeciso.
Enquanto o Congresso está de recesso, nos bastidores da República governo e aliados negociam votos para barrar a denúncia na Câmara. No placar da denúncia do Estado, 218 ainda não declararam voto abertamente e, destes, a maioria é da base aliada do governo.
Guimarães é o único dos 56 petistas na Câmara que não abre seu voto. "Eu sou advogado e, nesse caso específico, prefiro não me manifestar. Não é só uma questão política, é jurídica também", alegou. O deputado, contudo, fez questão de ressaltar que não está indeciso: "imagino que você até saiba como será meu voto, só prefiro não falar, por uma questão pessoal".
Questionado se isso traria algum mal-estar com seus correligionários, o mineiro disse que não houve nenhum tipo de pressão da bancada para declarar voto. "Antes de responder, conversei com meu líder (Carlos Zarattini) e está tudo bem. Vi muitos colegas se manifestaram mesmo antes da apresentação do defesa, eu não faço isso, mas compreendo quem tem esse posicionamento", completou.
Já o deputado Roberto Goés (PDT-AP) está indeciso sobre como votará na próxima terça-feira, 2. Irritado, ele falou, no dia em que começou o recesso, que "todo dia tem alguém ligando para ele" e reforçou seu posicionamento à reportagem dizendo que não vai mais responder. Também antes do recesso, o pedetista Damião Feliciano (PB) disse que não queria responder ao placar.
Procurados, os deputados do PDT não quiseram fazer comentários.