A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, nesta sexta-feira (28) em depoimento à Justiça Federal de Porto Alegre, que a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) não participou da manutenção de Paulo Roberto Costa como diretor da Petrobras.
Dilma é testemunha de defesa de Gleisi, na ação penal da Lava Jato que investiga ela e seu marido, ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Em delação premiada, Paulo Roberto Costa afirmou que a senadora recebeu R$ 1 milhão para a campanha da petista ao Senado Federal em 2010.
"Ela (Gleisi Hoffmann) não participava desta decisão. Não era do âmbito dela. A senadora é uma pessoa bastante séria e extremamente rígida, quando se trata de assuntos não só administrativos, mas relativos a execução de orçamento", disse a ex-presidente. No depoimento, Dilma pontuou que o executivo foi demitido da estatal em 2011 quando Gleisi Hoffman estava no Planalto como ministra da Casa Civil.
Gleisi e Paulo Bernardo são réus, acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, desde setembro do ano passado. Paulo Bernardo chegou a ser preso, mas foi solto seis dias depois.
Por fim, Dilma Rousseff também assegurou desconhecer qualquer esquema envolvendo partidos políticos para indicação de cargos na estatal. "Não tenho informações e mais, a condição para ser diretor da Petrobras era ser da Casa e ter algum certo status dentro da carreira. Era esta a condição", disse.
Dilma foi ouvida pelo juiz Paulo Marcos de Farias, auxiliar do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). De forma discreta, a ex-presidente acessou a 7ª Vara Federal de Porto Alegre pela entrada reservada aos magistrados.
O depoimento desta sexta-feira foi o segundo de Dilma na Justiça Federal em Porto Alegre. Em junho, ela falou como testemunha de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o filho dele, Luiz Cláudio Lula da Silva, investigados na Operação Zelotes pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.