O presidente Michel Temer chamou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para uma reunião, neste domingo (6), no Palácio do Planalto. O objetivo do encontro é discutir a tramitação da reforma da Previdência.
Quatro dias após ter a denúncia por corrupção passiva contra ele barrada pelo plenário da Câmara, Temer quer fazer um mapeamento de sua base no Congresso para saber com quem poderá contar nas próximas votações, já que houve traições entre os aliados. A denúncia contra o presidente, apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi rejeitada por 263 votos. Para que a reforma da Previdência passe pela Câmara é necessário o apoio de 308 deputados e 49 senadores, em duas votações.
Em entrevista ao Estado, publicada no sábado, Temer admitiu que a reforma não será tão abrangente e pode se resumir à fixação da idade mínima e ao corte de privilégios de servidores públicos.
Temer também elogiou a atuação de Rodrigo Maia nos últimos dias, tentando desfazer rumores de que sua relação com ele estaria abalada. "O presidente Rodrigo Maia se comporta como estadista porque cumpre rigorosamente o regimento interno da Câmara e a Constituição. O exemplo dele deve servir para vários outros militantes da área jurídica, que muitas vezes ultrapassam os limites da lei", afirmou Temer ao Estado. "Toda vez que você ultrapassa os limites legais você está violando a autoridade e, portanto, abusando da autoridade. O Rodrigo Maia é zero em relação a isso."
Para o presidente, muitos dos aliados que votaram contra ele na quarta-feira vão aprovar a reforma da Previdência. Questionado se confiava no apoio do PSDB, Temer respondeu: "Eu não acredito que eles votem contra o Brasil. Eles mesmo têm alardeado que têm compromisso com as reformas."