O xadrez eleitoral ainda está nebuloso e os nomes não estão postos oficialmente. Porém, a pouco mais de um ano para a disputa de 2018, a milhagem dos presidenciáveis só aumenta e o Nordeste, reduto que abarca 39,2 milhões de eleitores (26,91% do Brasil) é destino certeiro. Na corrida presidencial de 2010 e 2014, a área foi decisiva para eleger a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Alguns miram na região para nacionalizar o nome, outros para brigar pelo espólio eleitoral. Certo é que todos iniciaram o périplo por aqui. E Pernambuco é ponto de parada para maioria deles.
Reeditando a estratégia da década de 90, o ex-presidente Lula (PT) iniciou esta semana a caravana pelo Nordeste, cujo objetivo é percorrer os nove Estados da região, cruzar 25 cidades e alavancar o nome. No Recife, o petista terá agenda de três dias, com a militância e com políticos. Redutos históricos do partido, como Brasília Teimosa, estarão no périplo.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa, defende que Lula sairá renovado. "A viagem vai levar esperança ao povo brasileiro. Lula vai aprender muito com realidade atual do Nordeste. Será um aprendizado importante para que se reeleja presidente em 2018", defende.
Especulado como "plano B" do PT, caso Lula seja impedido de entrar na disputa, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad tem investido no circuito universitário e percorreu este ano três cidades nordestinas e tem agendas em outras quatro capitais. O ex-prefeito de São Paulo refuta candidatura e diz que tem viajado a pedido de Lula para ajudar na elaboração do plano de governo.
Cotado para disputa, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), também tem rodado o País na tentativa de nacionalizar o nome. Em visita ao Recife, o tucano afirmou que não disputaria prévia com seu mentor político, Geraldo Alckmin (PSDB), que também tem se colocado como presidenciável. Há alas distintas no PSDB que defendem a candidatura tanto de Doria quanto do governador de São Paulo. Somente nos últimos meses, Doria passou por Recife, Fortaleza, Natal e Salvador.
"Não sou presidenciável. Sou prefeito de São Paulo. Sempre me apresento nessa condição. Venho aqui como entusiasta do Brasil. Sou vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos", afirmou, anteontem, no Recife.
O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) começou a se movimentar para angariar simpatizantes. Ele tem feito palestras de Norte a Sul do País. Apesar de ser político da região, o pedetista mora em São Paulo e teve compromissos em universidades onde falou sobre a crise política no Brasil.
O deputado federal Wolney Queiroz, presidente do PDT no Estado, afirmou que a candidatura de Ciro já foi aprovada pela legenda e antecipou que a vinda do presidenciável ao Estado está programada para setembro.
Já Marina Silva (Rede) ainda não colocou a campanha na rua. A ex-senadora não tem agenda prevista no Nordeste, apesar de ter sido aliada do PSB de Pernambuco na campanha de 2014, quando assumiu a cabeça de chapa no lugar do ex-governador Eduardo Campos.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), por sua vez, intensificou as agendas pelo País desde o início do ano. No Nordeste, ele passou por Recife, Natal e Teresina.