A Executiva do PSDB em São Paulo criticou e manifestou "desconforto" em relação aos encontros entre o senador Aécio Neves (MG), afastado da presidência do partido após ser acusado de pedir R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, e o presidente Michel Temer (PMDB).
Os dois tiveram uma reunião fora da agenda na noite de sexta-feira (18) levando a executiva do diretório municipal do PSDB a soltar uma nota de repúdio. "A presença de Aécio Neves hoje, em reuniões internas ou públicas, só nos causa desconforto e embaraços. Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido", afirmou o diretório, acrescentando que o senador Tasso Jereissati (CE), presidente em exercício da sigla, é quem pode falar em nome do PSDB.
Após a repercussão negativa do encontro, Temer informou neste domingo (20) em mensagens publicadas em sua conta no Twitter que o encontro com o senador mineiro foi para tratar da Cemig, dona de quatro hidrelétricas que o governo federal pretende relicitar para levantar R$ 11 bilhões e reduzir o rombo das contas públicas. "É assunto político. O tema é discutido pelo governo, aliados e equipe econômica", afirmou Temer.
"Senadores tratam dos assuntos de interesse de seu Estado. Nada mais normal. Teorias da conspiração são assunto de quem não tem o que fazer", complementou o presidente, que também disse não entrar em assuntos internos dos partidos. "Não o fiz, nem o faria em relação ao PSDB."
Em sua nota, a executiva do diretório do PSDB em São Paulo disse repudiar "veementemente" qualquer tentativa de articulação político-partidária entre Aécio e Temer.