O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin concedeu o prazo de 60 dias para que os delatores da JBS enviem informações complementares ao acordo de delação premiada. No início, o prazo estipulado era de 120 dias e chegou ao fim nessa quinta-feira (31).
Joesley e Wesley Batista já entregaram a Procuradoria-Geral da República novos anexos em complemento ao que já tinham delatado, envolvendo políticos como Michel Temer (PMDB), Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-MG).
O argumento da defesa da JBS é que foi firmado um acordo de leniência por parte da empresa, uma espécie de delação de pessoa jurídica, e que foi estipulado nele um prazo de seis meses para juntada de documentos.
O novo prazo vale para Joesley e Wesley Batista, Ricardo Saud,Demilton de Castro, Valdir Boni, Florisvaldo Caetano e Francisco de Assis e Silva.
Os advogados do grupo J&F entregaram nesta quinta-feira (31) os anexos complementares da delação feita pelos executivos da empresa. Entre os arquivos, há novos áudios com gravações de conversa com políticos feitas por Joesley Batista. Além disso, há entre os novos anexos repassados à Procuradoria-Geral da República a explicação de como deve ser feita a leitura de planilha entregue pelo diretor Ricardo Saud, que indica doações da JBS a mais de 1,8 mil políticos. No material, a JBS aponta quais doações foram fruto de corrupção e quais foram caso de caixa 2.
Entre as novas informações entregues estão também gravações feitas por Joesley Batista, dono do grupo e um dos delatores. A Polícia Federal havia encontrado, durante perícia no gravador de Joesley, arquivos apagados. A defesa de Batista optou por entregar áudios para que os procuradores façam a análise de todo o material disponível.