Na Segunda Fase da Operação Mata Norte, deflagrada na manhã desta terça-feira (26), foram apreendidos notebooks, planilhas, documentos e material contábil nas residências e estabelecimentos comerciais de três suspeitos integrantes de um esquema de corrupção que envolve fornecimento de merendas escolares. A primeira fase da operação, deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira (22), realizou a prisão de oito pessoas que estariam envolvidas.
Nesta terça, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no Recife, nos bairros de Jardim São Paulo e Cordeiro, e no município de Carpina, na Zona da Mata Norte. Os locais vistoriados foram residências e estabelecimentos comerciais de Ricardo Henrique Reis dos Santos, Carlos Eduardo Brito de Albuquerque e Eliab Américo Coutinho. Os três já haviam sido presos temporariamente por cinco dias na noite de segunda e tiveram suas prisões prorrogadas por mais cinco.
Já o ex-prefeito Severino Jerônimo da Silva, a ex-secretária de educação Silvia Maria Santos Porto e o ex-pregoeiro Adeildo Marques dos Santos Junior foram liberados. “A Justiça Federal achou por bem não dar continuidade à prisão temporária através dos advogados dessas pessoas. As outras cinco continuam presas e vão permanecer mais cinco dias e pode ser que essas prisões se transformem em prisões temporárias”, explicou o chefe da comunicação da PF, Giovani Santoro.
As investigações do esquema de corrupção investigado pela Mata Norte iniciaram em julho deste ano a partir de um Relatório de Auditoria da Controladoria-Geral da União. Os dados relatavam uma suposta prática de contratação fraudulenta por meio de empresas que forneciam a merenda escolar para as unidades de ensino do município de Lagoa do Carro entre os anos de 2013 e 2016.
Com o sobrepeso e superfaturamento, foi calculado um prejuízo aos cofres públicos de R$ 512 mil. “[Não está descartada uma terceira fase da operação]. Vamos analisar de novo essa documentação e pode ser que surjam fatos novos. Pessoas ouvidas já se prontificaram para fazer a colaboração premiada. Então a Polícia Federal vai ter colaboração premiada, a análise de documentação, o depoimento das pessoas e tudo isso aí é para subsidiar as investigações que estão em andamento”, pontuou Santoro.
O chefe da comunicação da Polícia Federal afirmou que não está descartado o envolvimento de outras prefeituras no esquema. "Isso é algo que a Polícia Federal, juntamente com a Controladoria da União, vai se debruçar. Se essas empresas foram pegas em fraudes com a Prefeitura de Lagoa do Carro, que foi alvo de investigação da Operação Mata Norte, quem é que pode não garantir que essas mesmas empresas que participaram de licitações em várias outras prefeituras, constituindo um montante de R$87 milhões não tenha irregularidades também?", questionou.
A Operação Mata Norte contou, nessa Segunda Fase, 20 policiais federais. Ao todo, são cerca de 85 agentes e 10 servidores da Controladoria-Geral da União. Foram cumpridos nove mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitivas e 18 mandados de busca e apreensão.