O presidente Michel Temer receberá alta na segunda-feira (30) depois de ter sido submetido a uma cirurgia em função de um hiperplasia (aumento) benigna da próstata, informou neste sábado (28) a equipe médica que o acompanha.
O procedimento foi realizado na noite dessa sexta-feira (27), no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, dois dias depois que o presidente foi internado em Brasília por causa de uma retenção na uretra.
"Clinicamente, ele está muito bem. Passou a noite em uma unidade de terapia semi-intensiva porque a cirurgia terminou tarde", informou o cardiologista Roberto Kalil Filho em coletiva de imprensa na capital paulista.
"Está estável, não houve qualquer incidente. Agora está em um apartamento comum, e deve receber alta na segunda-feira", acrescentou.
Horas antes, a presidência havia explicado em um comunicado que o presidente havia sido "submetido à desobstrução uretral através da ressecção da próstata".
Na quarta-feira (25), Temer teve de ser levado para o Hospital Militar de Brasília para ser submetido a um procedimento com "uma sonda vesical por vídeo", durante uma jornada de muita tensão porque a Câmara de Deputados votava se aceitava ou não o andamento de uma segunda denúncia penal contra o chefe de Estado.
Temer deixou o centro médico militar nessa mesma noite, a tempo de celebrar que sua base aliada conseguiu bloquear o processo capaz de custar a ele a presidência da República.
A saúde de Temer voltou também foi alvo das manchetes no início de outubro, quando, durante um check-up médico, foi detectada uma obstrução arterial coronária leve.
O cardiologista Kalil Filho se referiu a esse problema. "O cateterismo, que em teoria está previsto, vamos deixar para o futuro", afirmou.
Na ocasião, a presidência havia informado que Temer seria tratado com aspirina e dieta, que sua saúde era excelente e que não havia qualquer intervenção cirúrgica agendada.
Nos últimos cinco meses, Temer tem estado sob um fogo cruzado. Nesse período, seu mandato começou com o impeachment de sua companheira de chapa, Dilma Rousseff, em 2016, ele enfrentou um julgamento no Supremo Tribunal Eleitoral e duas acusações da Procuradoria-Geral por corrupção, por liderar uma associação criminosa e por tentar obstruir a justiça.
Convertido no primeiro presidente brasileiro em função a ser acusado de um crime comum, Temer conseguiu superar os três processos às custas de um forte desgaste que reduziu seu apoio popular a apenas 3%, o menor índice desde a volta da democracia ao país em 1984.