A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na tarde desta terça-feira (17), tornar o senador Aécio Neves (PSDB) réu por corrupção e obstrução de Justiça. Foram favoráveis ao recebimento da denúncia contra o parlamentar: Marco Aurélio Mello, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. O ministro Alexandre de Moraes foi o único a votar contra.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o tucano de receber ilicitamente R$ 2 milhões de Joesley Batista, oriundos do grupo J&F, e de atrapalhar as investigações em torno da Operação Lava Jato. Os demais denunciados são acusados de participar do esquema de recebimento dos R$ 2 milhões.
Relator do caso, o ministro Marco Aurélio afirmou que há indicativos de solicitação de vantagem indevida pelo detentor de mandato, com auxílio da irmã, Andrea Neves; seu primo, Frederico Pacheco, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
Nesta segunda-feira, 16, na véspera do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), Aécio admitiu que o empréstimo de R$ 2 milhões que requereu a Joesley Batista foi "impróprio" e que cometeu um "erro". Porém, o senador negou que tenha cometido os crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça, pelos quais é acusado. Em entrevista, Aécio disse ter sido vítima de um "enredo predeterminado" construído pela defesa do empresário e membros do Ministério Público.