Após ser absolvida na última terça-feira (19) pela 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em processo ligado à Operação Lava Jato, a senadora Gleisi Hoffmann, em entrevista ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal na manhã desta quinta-feira (21), acredita que a decisão trouxe uma retomada do estado de direito, mesmo a condenação do ex-presidente Lula sendo mantida. “Eu acredito que estamos resgatando o devido processo legal, retomando o estado democrático de direito. E mesmo no processo legal, as pessoas têm sim que responder pelo o que são acusadas, mas ainda precisam de provas” afirmou a senadora.
“A forma até agora que as investigações da lava jato estão sendo julgadas na vara de Curitiba, onde existem apenas convicções e não provas. tem que ter provas. Se não você usa delações com características políticas”, acrescentou.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) ainda afirma que não existem dúvidas que Lula será o candidato à Presidência do Brasil pelo PT. “Eu não fui condenada, mas Lula foi condenado sem provas. O que foi analisado no processo dele foi um habeas corpus. Quando voltarem a analisar, não terá outra forma que não a absolvição, porque não se basearam no processo legal”, disse a senadora.
Quando questionada se o ex-prefeito da cidade de São Paulo seria o plano B do partido para a candidatura às eleições presidenciais, a senadora foi clara e disse que não há a menor chance que isso aconteça. “Haddad administra nosso plano de governo. Ele apenas é um representante do partido. Fernando Haddad não é o plano B do PT. O partido tem um candidato que é o presidente Lula”, explicou Gleisi.
Em julgamento na última terça-feira (19), a 2ª Turma do STF decidiu absolver por unanimidade a senadora Gleisi Hoffmann e o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo (PT), da acusação apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em processo ligado à Operação Lava Jato.
Eles foram denunciados sob a acusação de terem recebido R$ 1 milhão em propina do esquema de corrupção na Petrobras. O dinheiro teria sido empregado na campanha da presidente do PT ao Senado em 2010. A denúncia afirma que o valor foi liberado pelo então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, com o objetivo de conseguir apoio político para sua manutenção no cargo.
Depois de cerca de 8 horas de julgamento, os ministros entenderam que não há provas contra a senadora e o ex-ministro das suspeitas levantadas pela acusação.