Alvo da Zelotes, Giannetti elaborou manifesto de apoio a Alckmin

A operação está investigando desvios perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Giannetti é um dos colaboradores da campanha de Alckmin
Estadão Conteúdo
Publicado em 26/07/2018 às 13:07
A operação está investigando desvios perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Giannetti é um dos colaboradores da campanha de Alckmin Foto: Foto: Agência Senado


O economista Roberto Giannetti da Fonseca é um dos colaboradores da campanha política do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência. O jornal O Estado de S. Paulo mostrou nesta quinta-feira (26) que ele é o idealizador de uma proposta chamada de "Manifesto Compromisso da Força Centro Democrático" elaborada com o objetivo de mostrar que o tucano propõe um novo modelo de governança.

Gianneti é um dos alvos da 10ª fase da Operação Zelotes, deflagrada nesta quinta. A investigação apura desvios perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (Carf). A ação mira irregularidades em julgamento de processo fiscal de interesse de empresa siderúrgica Paranapanema, com sede na cidade de Santo André (SP). Desta vez, segundo nota da Receita, os prejuízos, em valores atualizados, superam R$ 900 milhões.

O documento, escrito por Giannetti, critica a condução da política econômica e a governança dos últimos governos. "Porém, a má gestão da política econômica, e uma sucessão de práticas irresponsáveis e desonestas pelos governantes, levaram novamente grande parte dos brasileiros nos últimos anos a perder a esperança no futuro de nossa Nação".

As propostas começaram a ser discutidas internamente na campanha de Alckmin nas últimas semanas. A coordenação do tucano não considera o documento como uma peça oficial da campanha, mas o próprio ex-governador já teve acesso ao manifesto escrito por Fonseca. O coordenador econômico do programa de governo, Pérsio Arida, fez a revisão de alguns pontos da proposta de acordo com a apuração do Estado.

O compromisso, que se aprovado estava previsto para ser apresentado no dia o registro da campanha, 15 de agosto, termina com uma mensagem desejando que o PSDB termine a eleição vitorioso: "Esperamos, enfim, que o PSDB e seus aliados sejam os vitoriosos nesta próxima eleição presidencial em outubro, seja pelo que trazemos de positivo em nossas propostas e não apenas pelos malfeitos, abusos e desmandos dos governos que nos precederam, que são enormes".

"A democracia, tal como a concebemos, não se faz destruindo-se os órgãos de Estado ao sabor de interesses partidários e privados, como ocorreu com as Agências Reguladoras, as empresas estatais, os fundos de pensão e a própria administração federal. Nem pela estimagtização infamante dos setores políticos minoritários. É preciso devolver o Estado à sociedade brasileira".

Segundo interlocutores da campanha do tucano, o documento foi elaborado e discutido por pessoas do PSDB, mas não foi debatido oficialmente nem apresentado aos demais aliados. O manifesto que o PSDB apoiou foi o assinado e divulgado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A reportagem tentou falar com o economista, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.

 

 

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