Para Alckmin, problema da baixa popularidade de Temer foi impeachment

''O problema do Temer, entre vários, é o impeachment. É obvio que impeachment é um trauma'', afirmou o pré-candidato
Estadão Conteúdo
Publicado em 31/07/2018 às 21:59
''O problema do Temer, entre vários, é o impeachment. É obvio que impeachment é um trauma'', afirmou o pré-candidato Foto: Foto: Beto Barata/PR


O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (31), que um dos maiores fatores para a baixa popularidade do presidente Michel Temer, cujo arco de alianças, em grande parte, o PSDB herdou para as eleições deste ano, tem raiz no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo o tucano, sacar um chefe de Estado do poder no regime presidencialista "é um trauma".

Alckmin deu as declarações em um encontro com membros das juventudes partidárias de legendas que o apoiam, como PPS, DEM e PRB, na zona sul da capital paulista. "O problema do Temer, entre vários, é o impeachment. É obvio que impeachment é um trauma. O modelo presidencialista é a ditadura do mandato, tirar um presidente não é que nem no parlamentarismo", disse o tucano.

O PSDB, assim com os partidos do Centrão e os demais que já declararam apoio ao projeto presidencial do ex-governador, foi um dos apoiadores do impeachment de Dilma, em 2016. Alckmin, no entanto, tentou minimizar o fato. "O Temer não fui eu quem escolhi, foi o PT. E impeachment foi feito sob a égide do Supremo Tribunal Federal (STF)", disse.

Questionado sobre se acredita que o arco de alianças construídos, o mesmo da base do governo Temer, possa atrair para a sua campanha a alta rejeição do emedebista, Alckmin disse acreditar que não. "Acho que a população vai votar mais nas pessoas. Elas sabem que todos partidos estão fragilizados. Isso não é bom, esse personalismo, mas é momento que estamos vivendo. A coalizão é necessária pela fragmentação e também para governar", argumentou.

Supremo

No evento, o tucano também foi questionado sobre se tem planos de alterar o funcionamento do Supremo. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, alterações, seja na forma de indicação, nas atribuições, na duração do mandato ou no número de ministros do STF fazem parte das propostas de pelo menos metade dos principais presidenciáveis.

"Entendo que podemos estabelecer limites, torna a justiça mais rápida e evita chegar tudo no Supremo. o STF tem onze ministros, se tudo chegar lá, como vai dar conta de tudo isso?", criticou. "É evidente que é corte que deve ser mais constitucional. Essa é uma questão muito técnica, mas quanto mais estivermos na linha de corte constitucional, melhor. Aliás, para isso foi criado o Superior Tribunal de Justiça (STJ)."

Sem citar o deputado Jair Bolsonaro, (PSL), o tucano ainda aproveitou para criticar uma de suas propostas recentes sobre o tema. "O que não tem cabimento é dobrar número de ministros do Supremo para ter mais amiguinhos lá. Foi o que Chávez fez na Venezuela, para comandar o Judiciário."

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