Talvez o maior inimigo do PT em Pernambuco, diz Mendonça sobre Jarbas

Mendonça Filho disse que seria omissão deixar de debater a relação entre Jarbas e PT
Da editoria de Política
Publicado em 10/09/2018 às 17:30
Mendonça Filho disse que seria omissão deixar de debater a relação entre Jarbas e PT Foto: Fotos: JC Imagem / Arquivo


Durante sabatina no Programa Resenha Política, nesta segunda-feira (10), o deputado federal e ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) voltou a apontar incoerência na aliança entre Jarbas Vasconcelos (MDB) e Humberto Costa (PT), que disputam o Senado juntos na chapa da Frente Popular. "Seria omissão da minha parte deixar de colocar esse debate, que está no seio da sociedade”, afirmou.

Ainda assim, Mendonça apontou que a manifestação não é pessoal, mas política. "A sociedade acompanhou um comportamento crítico, ele (Jarbas) talvez o maior inimigo do PT, muito forte o confronto dele com Humberto Costa, é um posição histórica e afirmações nunca antes desmentidas, pregando ou torcendo pela prisão de Lula, criticando de forma dura o Bolsa Família, então essa contradição toda é própria do processo democrático", afirmou.

Na avaliação de Mendonça, é "estranho" Jarbas ter sido a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e, agora, "vira numa posição de 180 graus, diversa, oposta." "Tinha oposição radical e hoje estão no mesmo palanque, segurando a mesma bandeira, do PT", disse.

O ex-ministro também falou sobre o papel que pode ter como senador em defesa de pautas importantes para o Estado, como a duplicação da BR-232.  "A gente precisa recuperar, na saída do Recife é um gargalo enorme, tem um trecho que gera congestionamento. Como o meu candidato a governador já defende a duplicação, que Paulo Câmara prometeu e não cumpriu, se possível até Arcoverde. E transformar numa via expressa é algo importante para consolidar a interiorização do desenvolvimento", afirmou.

CONFIRA O RESENHA POLÍTICA

No último final de semana, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) tomou duas decisões sobre um vídeo de propaganda de Mendonça Filho contra Jarbas. Mendonça, que foi vice-governador de Jarbas, questiona na gravação a aliança entre o emedebista e Humberto Costa. A Justiça Eleitoral determinou que o material seja retirado do Facebook, mas negou o pedido de Jarbas para que deixasse de ser exibido na televisão.

No vídeo, são mostradas notícias e o locutor afirma: "Jarbas é filiado ao mesmo partido de Temer, o MDB. Jarbas votou para afastar Dilma. Jarbas é contra o Bolsa Família e disse na Veja que o Bolsa Família é o maior programa de compra de votos do mundo. Blog do Jamildo: Jarbas diz que será uma cena bonita ver Lula sendo preso na Lava Jato. Jarbas com o PT de Humberto? Vale tudo pelo voto?".

A primeira decisão, no sábado (8), foi da desembargadora eleitoral Karina Albuquerque Aragão de Amorim, sobre a publicação na rede social. Ela acatou o argumento do emedebista de que o impulsionamento, ou seja, o pagamento para que o post apareça para mais usuários, não pode ser feito em conteúdos negativos para os adversários.

"Resta claro que de acordo com a legislação vigente, o impulsionamento de conteúdo de propaganda eleitoral na internet só pode ter o fim de promover ou beneficiar candidatos ou suas agremiações, não podendo, portanto, ser utilizado negativamente para atacar outro candidato, seja por ofensa à honra ou divulgação de fatos sabidamente inverídicos ou mesmo por manifestações próprias do debate político e democrático. A propaganda patrocinada (impulsionada) apenas é permitida para fins de promoção ou benefício, e nada mais", afirma a desembargadora.

Apesar da decisão favorável a Jarbas sobre o Facebook, o pedido dele relacionado ao horário eleitoral gratuito na televisão foi negado neste domingo (9). "Não vislumbro indícios de trucagem ou montagem, apenas a exibição de recortes de notícias que foram publicadas, em veículos de comunicação, no passado. Apenas o sobrestamento de imagens de notícias jornalísticas", afirmou o desembargador eleitoral Stênio José de Sousa Neiva Coelho.

"Não pode o candidato negar o seu passado e sua história. Se disse isso ou aquilo em outro momento não pode querer simplesmente vetar a menção a esses fatos históricos por parte de seus adversários", disse, pela assessoria de imprensa, o advogado Renato Beviláqua, da equipe jurídica dos candidatos ao Senado da coligação de Mendonça Filho.

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