Cinco pessoas foram denunciadas pela força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro.
Entre os acusados, figura Dario Messer, conhecido como “doleiro dos doleiros” e investigado por participação em um esquema de corrupção supostamente chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral.
Os outros quatro denunciados são os doleiros Chaaya Moghrabi (Yasha) e Flávio Dib e os proprietários da corretora Advalor, João Paulo Julio Lopes e Miguel Julio Lopes.
Segundo o MPF, os crimes foram apurados a partir das operações Câmbio Desligo, Calicute, Tolypeutes e Advalorem e teriam sido cometidos a partir das movimentações financeiras da corretora Advalor.
A empresa, de acordo com os procuradores, funcionava tanto como instituição financeira para armazenar recursos ilícitos de agentes públicos como para efetivar pagamentos em seu favor.
Entre outros clientes, a corretora operava em favor do ex-secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Velloso, que utilizou os serviços de Miguel e João Paulo Julio Lopes para movimentar parte dos valores desviados das obras da linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro.
A denúncia, oferecida na última terça-feira (11), relata que Miguel Lopes e João Paulo Julio Lopes auxiliaram o ex-secretário de Transportes do Rio, Luiz Carlos Velloso, a ocultar R$ 5,9 milhões.
Pagamentos de propina supostamente feitos pela Carioca Engenharia ao ex-secretário de Transportes eram feitos em espécie na sede da corretora no centro do Rio de Janeiro.
A partir de 2016, Velloso começou a ter dificuldade em retirar os valores que estavam depositados na corretora, onde permanecem até hoje R$ 700 mil.
Miguel e João Paulo também são acusados de realizar operações dólar-cabo com o auxílio dos doleiros Dario Messer, Chaaya Moghrabi (Yasha) e Flávio Dib, além de Renato e Marcelo Chebar, Cláudio Barboza e Vinicius Claret.
A Advalor, segundo o MPF, era vendedora de dólares no exterior e, de acordo com as investigações, recebia os recursos em espécie no Rio de Janeiro.
Além da condenação dos denunciados, o MPF pede a reparação de danos morais e materiais em valores de R$ 20 milhões para Miguel Julio Lopes e João Paulo Julio Lopes e de R$ 7,5 milhões para Dario Messer, Chaaya Moghrabi e Flávio Dib.