Cotado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para possível ministro da Justiça ou para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz Sérgio Moro - que comanda a Operação Lava Jato em Curitiba - admitiu que pode aceitar o convite caso ele seja feito de fato. "Tudo depende de conversar para ver se há convergências importantes e divergências irrelevantes", disse Moro ao jornal Estado de S. Paulo.
“Sobre a menção pública pelo sr. presidente eleito ao meu nome para compor o Supremo Tribunal Federal quando houver vaga ou para ser indicado para Ministro da Justiça em sua gestão, apenas tenho a dizer publicamente que fico honrado com a lembrança. Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão”, disse o juiz federal em nota divulgada nesta terça (30).
No governo de Michel Temer, o Ministério da Justiça deixou de ter controle sobre a Polícia Federal, que passou a ser vinculada à pasta extraordinária da Segurança Pública, criada em fevereiro. Nos planos do futuro governo de Jair Bolsonaro, a ideia é fundir os dois ministérios. Segundo o vice-presidente eleito, o general Hamilton Mourão, "tudo indica" que as pastas serão juntadas como parte do "processo de enxugamento" do primeiro escalão do governo.
Em entrevista concedida ao SBT na segunda-feira (29), Bolsonaro afirmou que pretende conversar com Moro para saber se há interesse da parte dele. "Se eu tivesse falado isso antes (na campanha) soaria como oportunismo", completou.
De acordo com informações do Estadão, pessoas próximas ao juiz disseram que ele poderia fazer "coisas boas" na Justiça, e que uma questão fundamental seria ter o controle da Polícia Federal. Por isso, uma eventual fusão da Justiça com Segurança Pública seria importante para a decisão do juiz da Lava Jato.