O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), visitou o presidente Michel Temer no escritório particular do emedebista, na capital paulista, e fez um apelo para que pelo menos parte da reforma da Previdência seja votado ainda este ano no Congresso.
Pouco antes, o tucano havia se reunido com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e disse que tanto o parlamentar quanto o atual presidente da República estão dispostos a colocar o tema em votação, mas que isso depende de uma articulação com o presidente eleito, Jair Bolsonaro.
"Se o Congresso Nacional, Câmara e Senado, colocarem em votação ainda que parcialmente a reforma da Previdência, ela traz um indicador muito claro para o Brasil perante os investidores nacionais e internacionais", disse Doria a jornalistas após o encontro com Temer.
Para reforçar o pedido a Temer, Doria relatou que ligou para o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e conversou com ele pelo viva-voz do celular na presença do presidente.
Perguntado se o reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovado pelo Senado nessa quarta-feira (8), seria uma má sinalização nesse período de transição, Doria evitou críticas. "Vamos olhar as coisas boas. O Senado teve sua razões que foram justificadas e amparadas na votação."
No PSDB, Doria se tornou um dos líderes que mais defendem que o partido apoie o próximo governo e esteja alinhado com as pautas de Bolsonaro. Ele defende uma convergência entre Temer e o presidente eleito para aumentar a credibilidade do próximo governo. "Estamos todos na mesma onda, a onda pelo Brasil", declarou.
Após se reunir com Temer por uma hora e meia, Doria negou que tenha feito um convite para o emedebista compor o governo estadual.
Com três ministros de Temer já anunciados como secretários da próxima gestão no Palácio dos Bandeirantes, Doria disse que vai anunciar mais dois nomes nesta segunda-feira (12).