Não podemos abandonar os irmãos venezuelanos, diz Bolsonaro

O presidente eleito Jair Bolsonaro criticou a inclusão da Venezuela no Mercosul
ABr
Publicado em 14/11/2018 às 18:42
O presidente eleito Jair Bolsonaro criticou a inclusão da Venezuela no Mercosul Foto: Foto: Nelson Almeida/ AFP


O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (14) que o governo federal precisa ter uma atuação mais "efetiva" na crise migratória de venezuelanos. Segundo ele, é preciso apoiar os governos de Roraima e de Boa Vista no suporte aos imigrantes que chegam diariamente à região. Bolsonaro criticou ainda a inclusão da Venezuela no Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).

"Nós não podemos abandonar nossos irmãos, que passam uma situação bastante complicada, mas o governo federal não pode deixar que apenas o governo de Roraima e de Boa Vista, basicamente, resolva esse assunto, então teria que ter uma participação mais efetiva da nossa parte", disse o presidente eleito em entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Suspensa temporariamente do Mercosul, a Venezuela foi alvo de críticas de Bolsonaro, que indicou o que faria se fosse o presidente da República em exercício quando houve a eclosão da crise no país vizinho. "Eu teria tomado providências contra a Venezuela há muito tempo, quando se falou em Mercosul. Pela cláusula democrática, a Venezuela nem poderia ter entrado no Mercosul. E depois que entrou, deveria ter saído."

Questionado sobre a transferência da Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, como defende, o presidente eleito reiterou que “cada país tem o direito de dizer onde é a sua capital”. Mas disse que confirmará a decisão apenas depois da posse. "Quando eu assumir em [1º de] janeiro [de 2019], você vai ter essa resposta."

Itamaraty

O presidente eleito concedeu entrevista ao lado do embaixador Ernesto Fraga Araújo, anunciado para o cargo de ministro das Relações Exteriores de seu futuro governo. Bolsonaro pediu que o novo auxiliar motive o MRE e invista na abertura de negócios para o Brasil. "Incrementar a questão de negócios com o mundo todo, sem o viés ideológico de um lado ou do outro", afirmou. 

O futuro ministro respondeu a duas perguntas. Ele chamou a eleição de Bolsonaro como um "momento extraordinário que o Brasil está vivendo" e prometeu atuar em defesa do interesse nacional e em cooperação com todos os países parceiros. Diplomata há 29 anos, Araújo tem 51 anos de idade e é diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty.

Ministros

Com o novo anúncio, sobe para oito os nomes confirmados para a equipe ministerial do governo eleito. Alguns escolhidos atuam diretamente no governo de transição. Bolsonaro disse que, até o próximo dia 30 de novembro, todo o primeiro escalão de seu futuro governo terá sido anunciado. Ele vem prometendo reduzir de 29 para de 15 a 17 o número de ministérios, extinguindo pastas e fundindo outras.

O presidente eleito também confirmou ter se reunido com Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, e que estaria cotada para assumir o Ministério da Educação, mas evitou apontá-la como cotada para o cargo.

"Estamos atrás de um ministro da Educação, não quer dizer que vai sair de uma sugestão dela, nada está garantido no tocante à isso. Queremos um ministro que realmente seja bastante ativo, porque há um aparelhamento enorme na educação e a prova disso que estamos nos últimos lugares da prova do Pisa [Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes], é uma vergonha isso daí. Das 200 melhores universidades do mundo, nenhuma é brasileira. Não queremos formar militantes."

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