O Partido Pátria Livre será incorporado ao Partido Comunista do Brasil, anunciaram nessa segunda-feira (26), os presidentes do PCdoB, Luciana Santos, e do PPL, Sérgio Rubens de Araújo Torres.
Segundo nota dos dois partidos, a legenda será incorporada ao PCdoB em razão da cláusula de barreira, que barra o tempo de TV e o dinheiro do fundo partidário conforme o desempenho nas urnas. O PPL reelegeu um deputado federal neste ano e a bancada atual do PCdoB é formada por 10 deputados; 9 candidatos do partido foram eleitos em outubro.
"A eleição de Jair Bolsonaro, da extrema direita, coloca em alto risco a democracia, a soberania nacional e os direitos do povo brasileiro. Face a essa realidade, impõe-se a união das mais amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais para empreender a resistência e exercer a oposição, tendo como convergência a defesa da democracia, da Constituição de 1988, dos direitos dos trabalhadores e dos interesses nacionais", afirma a nota.
"Diante desse quadro e visando a cumprir suas responsabilidades com o Brasil e seu povo, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Pátria Livre (PPL) iniciaram um elevado diálogo, buscando uma solução política e jurídica para atender às exigências, na forma da lei, de superação da cláusula de desempenho - e assim criar as condições para seguir cumprindo um papel relevante na busca de soluções para o Brasil, particularmente nesse período de resistência democrática em que ingressamos", acrescenta.
Conforme a nota, o PPL será oficialmente incorporado ao PCdoB no próximo dia 2 de dezembro, durante um ato em São Paulo.
Na eleição deste ano, o PPL lançou a candidatura de João Goulart Filho ao Palácio do Planalto. Filho do ex-presidente João Goulart, o candidato recebeu 30.176 votos (0,03%) no primeiro turno e ficou em 13º lugar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No segundo turno, João Goulart Filho anunciou apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad, que perdeu para Jair Bolsonaro, do PSL.