O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, disse na tarde desta segunda-feira (3) durante coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que a base de apoio do futuro governo na Câmara pode chegar a 350 deputados. O ministro avaliou ainda que a base no Senado terá mais de 40 parlamentares e incluiu o PSDB nas estimativas.
"Se a gente somar todos que têm sinalizado que poderão estar conosco, podemos chegar a 320, 330 e até 350 deputados", disse Onyx a jornalistas.
O deputado reeleito voltou a dizer que no governo não haverá o "toma lá, dá cá" e que os parlamentares serão atendidos através de suas bancadas, frentes e seus Estados. "Somos capazes de entender se parlamentar não puder votar a favor de determinada matéria", completou.
O ministro extraordinário negou que o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão (PRTB), ficará com a coordenação dos ministérios do novo governo, como chegou a ser estudado. Caso isso ocorresse, a função de Onyx no comando da Casa Civil ficaria esvaziada, já que a pasta é atualmente possui essa atribuição.
"O vice-presidente tem uma missão constitucional. Mas o Mourão vai ajudar em muitas áreas", respondeu Onyx ao ser indagado sobre a possibilidade. Segundo ele, Mourão tem de ficar "plenamente disponível para substituir o presidente" eleito Jair Bolsonaro em caso de necessidade.
Logo no início do mandato, em janeiro de 2019, Mourão assumirá a Presidência após cirurgia de Bolsonaro para retirada da bolsa de colostomia. A cirurgia foi adiada para o próximo ano após exames médicos do presidente eleito feito em novembro indicarem uma inflamação. Mourão também assume a função em caso de viagens oficiais.
Inicialmente, a ideia de colocar Mourão para coordenar os ministérios serviria para liberar Onyx para a articulação política com o Congresso. A estrutura também daria mais poderes ao general Mourão e poderia facilitar o diálogo.
Na avaliação de aliados, como o governo será comandado por um militar reformado do Exército, colocar Mourão à frente da coordenação da Esplanada seria uma forma de dar ao vice-presidente eleito ascendência sobre os demais titulares do primeiro escalão para cobrar resultados.