O presidente eleito, Jair Bolsonaro, titubeou ao responder à pergunta se o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, poderá deixar o governo caso seja comprovado que ele cometeu alguma ilicitude. Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a abertura de investigação para analisar as acusações de caixa 2 contra ele, feitas por delatores da J&F.
"Havendo qualquer comprovação de uma denúncia robusta, contra quem quer que esteja no governo, ao alcance da minha caneta Bic, ela será usada", declarou Bolsonaro, ao ser indagado pela reportagem "se era mesmo óbvio" - como disse mais cedo o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, em Belo Horizonte - que, se encontradas irregularidades na investigação aberta contra Onyx, o deputado do DEM terá de deixar o seu governo.
Ontem, Bolsonaro respondeu a pergunta semelhante dizendo que "nada o preocupava" e que no caso de "denúncia robusta" haveria afastamento do futuro governo. Hoje, ao ser questionado, Bolsonaro primeiro parou, pensou, e só depois, com muito cuidado, resumiu que qualquer um sob denúncia será afastado, sem se estender na resposta e encerrando a entrevista.
Pela manhã, o general Mourão, afirmou: "uma vez que seja comprovado que houve ilicitude, é óbvio que terá que se retirar do governo. Mas, por enquanto, é uma investigação".