O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) considerou uma provocação a escolha de Damares Alves para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. "Se antes parecia uma ingratidão, agora fica claro que há uma intenção de afrontar o Magno Malta", disse à reportagem o parlamentar que é membro do núcleo duro da frente evangélica na Câmara.
Desde o início da campanha de Jair Bolsonaro, o senador do PR era um dos cotados para assumir uma posição no primeiro escalão do presidente eleito. "Eu gosto muito da Damares, mas acho que ela também erra ao aceitar o convite, ignorando o Magno Malta", completou Sóstenes. Damares é assessora lotada no gabinete do senador e candidato derrotado à reeleição.
Mais cedo, o presidente da frente parlamentar evangélica, deputado Takayama (PSC-PR), aplaudiu a escolha da pastora e advogada e disse que ela é "amada pela frente".
Damares Alves foi anunciada nesta quinta-feira (6) como chefe do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Damares, que é advogada, educadora e pastora evangélica, é a segunda mulher anunciada para compor o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, que já conta com 21 ministérios.
O anúncio foi feito pelo ministro extraordinário de transição Onyx Lorenzoni no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição.
A futura ministra disse que vai trazer para o protagonismo mulheres que ainda não foram atingidas por políticas públicas e que vai fazer um amplo pacto pela infância, já que a Secretaria da Infância também vai integrar a Pasta.
"Infância vai ser prioridade nesse governo, é intenção do presidente", disse Damares após ser anunciada como ministra.
Sem citar o aborto, Damares disse que o primeiro direito a ser protegido será o direito à vida. "Entendemos que o maior e o primeiro direito a ser protegido é o direito à vida, nós vamos trabalhar nessa linha", declarou.