Após o ex-assessor Fabrício Queiroz faltar pela segunda vez a depoimento para explicar movimentações atípicas em sua conta, nesta sexta-feira (21), o Ministério Público do Rio (MPRJ) informou que pedirá para que Flávio Bolsonaro preste esclarecimentos sobre o caso no dia 10 de janeiro.
"Dando prosseguimento às investigações será enviado ofício ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sugerindo o comparecimento do deputado estadual Flávio Nantes Bolsonaro, no dia 10/01, para que preste esclarecimentos acerca dos fatos", informou o MPRJ em nota.
O Ministério Público do Rio abriu 22 procedimentos de investigação criminal com base no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentações atípicas em contas de pelo menos 20 assessores de deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Entre os investigados está o policial militar Fabricio José Carlos de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro.
O Coaf identificou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O documento cita um repasse de R$ 24 mil para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro - o presidente eleito disse que se tratava do pagamento de uma dívida antiga do policial militar com ele.
Segundo o MPRJ, o advogado de Queiroz informou que seu cliente "precisou ser internado na data de hoje, para realização de um procedimento invasivo com anestesia, o que será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos". A defesa se comprometeu a apresentar os referidos laudos até o próximo dia 28.
Segundo o órgão, outras diligências da investigação serão realizadas, incluindo a oitiva dos familiares de Queiroz, no dia 8 de janeiro, e dos assessores da Alerj de Flávio Bolsonaro, em data a ser designada.
O MPRJ também informou que outros parlamentares citados no relatório do COAF procuraram, voluntariamente, a instituição para manifestar interesse em apresentar seus esclarecimentos. A investigação, que é sigilosa, está sendo conduzida pelo Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal (GAOCRIM/MPRJ).