O presidente Jair Bolsonaro anunciou, no fim da manhã desta segunda-feira (08), a demissão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez. Quem assume a pasta é o economista e professor Abraham Weintraub. Como de costume, Bolsonaro fez o anúncio via Twitter.
A demissão era esperada, pois Bolsonaro havia dito na última sexta-feira (05), em café da manhã com jornalistas, que até esta segunda "ninguém mais vai reclamar" de Vélez. "Ele é bacana e honesto, mas está faltando gestão, que é uma coisa importantíssima", disse o presidente.
Segundo o capitão reformado, Abraham possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. O professor e economista atuava como secretário-executivo da Casa Civil, cargo apontado como "número 2" da pasta de Onyx Lorenzoni.
Abraham chegou a atuar no mercado financeiro por mais de 20 anos. Também foi sócio na Quest Investimentos, diretor do Banco Votorantim, membro do comitê de trading da BM&F Bovesp, conselheiro da Ancord e representou o Votorantim em encontros do Fundo Monetário Internacional (FMI). Weintraub se formou em Ciências Econômicas pela Universidade de São Paulo em 1994.
No fim do mês de março, a jornalista Eliane Cantanhêde chegou a anunciar no 'GloboNews Em Pauta' que o presidente tinha decidido demitir Vélez. "Os motivos são óbvios", postou Cantanhêde também no Twitter. No mesmo dia, Jair Bolsonaro utilizou as redes sociais para desmentir a informação.
Ao longo das últimas semanas, Ricardo Vélez recebia constantes críticas por partes de parlamentares. No último dia 27, o ex-ministro foi duramente criticado por parlamentares que consideraram as respostas vagas e pela falta de clareza na apresentação de programas da pasta.
Em sua defesa, o ministro disse que não cabe a ele saber "de cor e salteado" números que envolvam sua pasta. "Muitos pediram para eu sair, mas não vou sair. Por que é um passeio às ilhas gregas, não? O cargo é um abacaxi do tamanho de um bonde. Mas topei o convite porque quero devolver ao meu País o que ele fez por mim", disse Vélez.
Em resposta ao deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que pediu sua renúncia durante audiência, Vélez afirmou: "Não renuncio, não faz sentido. Só apresentaria minha renúncia ao presidente da República. Ou ele me demite." O deputado do PSOL interrompeu a resposta do ministro e questionou: "Falta muito?" Parte dos presentes riu.