Medida provisória que cria 13º no Bolsa Família só deve ser editada em outubro

Criação do 13º do Bolsa Família atingirá todos os 13,7 milhões de beneficiários do programa
Estadão Conteúdo
Publicado em 11/04/2019 às 15:52
Criação do 13º do Bolsa Família atingirá todos os 13,7 milhões de beneficiários do programa Foto: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil


O governo do presidente Jair Bolsonaro reiterou os planos de pagar neste ano o 13º salário a beneficiários do Bolsa-Família, em cerimônia de comemoração dos 100 dias da gestão, mas nenhum ato foi assinado efetivamente garantindo o pagamento do benefício. Segundo o Ministério da Cidadania, responsável pelo repasse dos recursos, a ideia do governo é que o Planalto envie ao Congresso uma medida provisória somente no mês de outubro, para que ela esteja em pleno vigor em dezembro, quando o 13º entraria na conta dos cerca de 13,7 milhões de beneficiários do programa.

Na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro anunciou, no Twitter a criação do 13º para os beneficiários do Bolsa Família, feita ainda na campanha eleitoral. "Oficializamos hoje, junto ao Ministério da Cidadania a criação do 13º salário para os beneficiários do Bolsa Família, recursos oriundos em sua esmagadora maioria de desvios e recebimentos indevidos. Grande dia!", escreveu o presidente.

Segundo a pasta, é melhor deixar para assinar a medida provisória em outubro, pois o texto tem prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60. Portanto, se fosse assinada agora, correria o risco de não ser aprovada no período necessário e perder a validade justamente na hora de ser pago o benefício.

No momento, não está previsto, no entanto, nenhum reajuste para o Bolsa Família. Isso estaria condicionado ao equilíbrio fiscal, que só será possível com a aprovação da reforma da Previdência no Congresso, conforme declarou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Dinheiro garantido

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, disse que os R$ 2,58 bilhões necessários para o pagamento do 13º salário do Bolsa Família estão garantidos no Orçamento, após aprovação da Junta Orçamentária, em entendimento de sua pasta com o Ministério da Economia que resultou na reacomodação de recursos provenientes de ajustes e arrocho na fiscalização dos pagamentos.

O ministro da Casa Civil, por sua vez, disse que "além do combate às fraudes no programa do Bolsa Família, o regime de austeridade fiscal aplicado pelo governo nos 100 primeiros dias possibilitou a garantia do 13º salário para o Bolsa Família, uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro".

Onyx declarou ainda que para, garantir o 13º, o governo não concederá reajuste aos beneficiários do programa este ano, sinalizando que eles poderão ser avaliados apenas em outro momento, quando as contas estiverem em ordem. "Com o equilíbrio fiscal que será obtido com a nova Previdência não há nenhum problema de se trabalhar com isso, porque estamos com orçamento em elaboração para o ano que vem", declarou o ministro da Casa Civil, apontando que reajustes só serão possíveis ano a partir do ano que vem.

O valor médio do Bolsa Família é de R$ 178,04 por benefício. O governo tem reiterado que a fila de entrada para o programa foi zerada. O programa é voltado para as famílias mais pobres do país. Os beneficiários recebem o dinheiro mensalmente e, como contrapartida, cumprem compromissos nas áreas de Saúde, como manter a vacinação em dia, e Educação, com garantia de frequência das crianças na escola.

Ao final da entrevista sobre os 100 dias de governo, o ministro Onyx confirmou com uma aceno positivo com o dedo polegar que o ato para assegurar o pagamento do 13º do Bolsa Família será uma Medida Provisória.

Há quem diga que o instrumento não foi definido. Ainda assim, a única forma de o governo assegurar o pagamento imediato é por MP

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