O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (8), que o coronel Brilhante Ustra, que chefiou o DOI-CODI durante a ditadura militar, é um "herói nacional".
A declaração foi feita enquanto Bolsonaro falava à jornalistas sobre o encontro que teria com a viúva do militar, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra. "Tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer", disse o presidente.
Ustra, que morreu aos 83 anos, em 2015, comandou o Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em São Paulo, entre setembro de 1970 e janeiro de 1974.
De acordo com a Comissão Nacional da Verdade (CNV), o DOI-CODI de São Paulo foi um dos maiores centros de repressão da ditadura, palco de mais de 40 assassinatos e de pelo menos 500 casos de tortura. Em depoimento à CNV, Ustra negou que tenha cometido assassinato, tortura e sequestro.
Ao votar pelo impeachment de Dilma, Bolsonaro exaltou Ustra em seu discurso. "Perderam em 64, perderam agora em 2016. Pela família, pela inocência das crianças em sala de aula, que o PT nunca teve, contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo Exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim", disse.