O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse lamentar a desidratação adicional sofrida pela reforma da Previdência no Senado Federal. A principal mudança aprovada na quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é a revinculação das pensões por morte ao salário mínimo, drenando R$ 35 bilhões da economia esperada com a proposta.
Ele demonstrou ainda temer que os congressistas promovam novas flexibilizações por meio da proposta ''paralela'', feita para promover ajustes sem atrasar o cronograma da reforma. ''Agradeço a Tasso (Jereissati, relator da reforma) por incluir Estados e municípios na reforma. Claramente lamento a desidratação do texto original, mas entendo'', disse.
O ministro acrescentou que lamenta ''tecnicamente'', porque apoia a reversão da desoneração previdenciária de algumas instituições filantrópicas. Guedes classificou algumas delas de ''pilantrópicas''.
''Mas obviamente bondades serão aprovadas e maldades não (na PEC paralela). Aí amplia o buraco mais um pouquinho (na economia da reforma)'', resignou-se o ministro. Apesar disso, ele demonstrou otimismo com a possibilidade de o Senado ''recompor a estrutura básica'' necessária à reforma.
Guedes classificou como ''decisiva'' a inclusão de Estados e municípios na reforma e disse ainda que a migração para um regime de capitalização no futuro é essencial. "Ou vai para capitalização, ou a cada 5 anos vai ter que fazer o que fizemos agora (reforma)", afirmou.