Os pais da vereadora Marielle Franco e a viúva do motorista Anderson Gomes lamentaram saída da saída da promotora Carmen Eliza Bastos da investigação. Publicações em a promotora demonstrava apoio ao presidente Jair Bolsonaro em uma rede social vieram à tona esta semana e ela decidiu se afastar do caso, conforme informou nesta sexta-feira (2) o Ministério Público do Rio (MP-RJ).
Para o pai de Marielle, Antônio Francisco da Silva Neto, a saída da promotora "foi uma vitória para o outro lado". A mãe da ex-parlamentar, Marinete Silva, diz que o afastamento "foi uma perda". A atuação de Bastos, no entanto, divide a opinião da família. A irmã de Marielle, Anielle Franco, se mostrou contra a promotora em manifestação no Twitter.
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Família pede Moro fora
A família da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, divulgou nota onde discorda da postura do ministro da Justiça, Sergio Moro, que passou a defender a federalização das investigações da morte da política e do motorista Anderson Gomes.
"O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro obteve avanços importantes e por isso somos favoráveis a que a instituição permaneça responsável pela elucidação caso", disse a família em nota assinada por parentes e pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSOL).
De acordo com a nota, o ministro sempre demonstrou pouco interesse pelas investigações do crime. "Somente após a menção ao presidente da República, Jair Bolsonaro, no inquérito, o ministro começou a se declarar publicamente a favor da federalização. Acreditamos que Sergio Moro contribuirá muito mais se ele permanecer afastado das apurações", afirmaram em nota Marinete da Silva (mãe), Antonio Francisco da Silva (pai), Anielle Franco (irmã), Monica Benício (esposa) e Marcelo Freixo
Nessa sexta-feira (1), durante inauguração de uma delegacia em Curitiba, o ministro disse que "talvez seja o caso" de federalizar a apuração.
Segundo o Broadcast Político, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, a terceira seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve analisar até dezembro o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para federalizar as investigações do assassinato da vereadora e do motorista, e que a tendência é de aprovação.
Se for federalizado, o caso passaria a ser conduzido pela Justiça Federal e assim as investigações seriam assumidas pela Polícia Federal, comandada por Moro, saindo da alçada da Polícia Civil e da Justiça do Rio de Janeiro.