João Braga com as "broncas" do Recife na palma da mão

Dezessete anos depois de disputar a PCR com o slogan "Recife na palma das mãos", ex-tucano é "redescoberto" e assume o desafio de "destravar" a cidade
Gilvan Oliveira
Publicado em 26/01/2013 às 17:53


Com o fim da sua gestão à frente da Prefeitura do Recife, em 1996, Jarbas Vasconcelos (PMDB) oficializou a aliança com o PFL, indicando Roberto Magalhães como candidato à sua sucessão. João Braga, então secretário municipal de Infraestrutura e principal auxiliar do prefeito, não seguiu a orientação do apoio ao adversário histórico e resolveu se lançar candidato pelo PSDB, abrindo uma dissidência no grupo jarbista. Usou um slogan que marcou aquela campanha ao enaltecer o conhecimento que tinha sobre a cidade: “O Recife na palma da mão”.

Passados 17 anos, Braga ressurge agora no cenário político ocupando um posto que o remete ao slogan da primeira e única campanha majoritária que disputou, ao assumir a pasta de Mobilidade e Controle Urbano da gestão Geraldo Julio (PSB). Mobilidade e controle urbano que passaram à condição de prioridade em função da urgência que os dois temas precisam ser trabalhados, e dos problemas que se acumularam nas duas áreas.

O anúncio de Braga no secretariado do socialista veio acompanhado mais de elogios que de críticas, mas causou sobretudo surpresa em razão do seu afastamento da atividade política desde que encerrou sua polêmica gestão na Secretaria de Defesa Social, em 2006, no governo Jarbas. Ele vinha trabalhando como consultor da Urbana, empresa que representa os empresários de ônibus, e não tinha planos de voltar à área pública.

Do “Recife na palma na mão” de 1996, Braga diz, em entrevista ao JC, que ainda se aproveitam algumas ideias para o Recife de hoje. Ressalta, porém, que, apesar da campanha de 1996 ter sido emblemática por ter lhe dado uma forte projeção política, a que mais o marcou foi a de 2000, justamente a que não disputou. “Fui retirado a fórceps”, relembra. “Eu tinha melhores condições políticas que a de 1996”, lamenta.

Em 2000, o PSDB havia realizado uma convenção indicando o nome João Braga como candidato a prefeito. Mas um grupo comandado pelo deputado Sérgio Guerra, então recém chegado ao partido pelas mãos de Jarbas, validou uma outra convenção que o homologou como vice na chapa de Roberto Magalhães.

Mesmo recorrendo à Justiça, Braga não conseguiu validar sua candidatura. E a chapa Magalhães/Guerra acabou derrotada por João Paulo, abrindo o caminho para o ciclo de três gestão do PT comandando a cidade.

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