A presidente Dilma Rousseff (PT) sinalizou a cinco governadores do Nordeste que pode liberar a realização de empréstimos internacionais que sejam destinados a realização de obras hídricas ou de convivência com a estiagem. Na reunião em Brasília, os governadores também receberam o indicativo de ter até R$ 200 milhões liberados para obras em parcerias na região. Todas as promessas, porém, foram condicionadas a aprovação da CPMF.
Apesar de a autorização para utilizar operações de crédito ser esperada pelo governador Paulo Câmara (PSB) desde o início da gestão, o resultado do encontro foi visto como frustrante no Palácio do Campo das Princesas porque a União garantiu apenas a liberação de recursos para ações emergenciais de combate à seca, como a perfuração de poços e a contratação de carros-pipa. O governador tem demonstrado preocupação com o agravamento dos efeitos da estiagem em 2016.
O governo estadual esperava que a presidente intensificasse a liberação de recursos para obras estruturadoras, como a conclusão da Adutora do Agreste, uma prioridade para a gestão Paulo Câmara. O governador tem um projeto para levar água de barragens da Mata Sul até Caruaru e, de lá, usar a adutora para abastecer outros municípios do Agreste do Estado, mas depende do dinheiro federal para agilizar a obra, já que a União é responsável por 90% dos R$ 800 milhões em que a adutora está orçada. Inicialmente, a Adutora do Agreste deveria ser abastecida com água da Transposição por meio de uma Ramal que ainda não foi licitado. Suas frentes de trabalho estão praticamente paradas por falta de repasses.
“Vamos apresentar até o dia 30 deste mês, ao ministro Nelson Barbosa, um conjunto de operações de crédito que nós entendemos que são necessárias para o desenvolvimento do nosso Estado. Serão ações para a convivência com o semiárido e para a melhoria do emprego e da renda do nosso povo”, afirmou Paulo Câmara, após a reunião com Dilma.
Passada a audiência, o governo federal ficou de analisar os planos de trabalho apresentados pelos estados para o conjunto de obras e ações complementares em parceria que haviam sido pleiteadas pelos governadores. “Nós já temos tudo devidamente colocado para as adutoras de montagem rápida, dessalinizadores, poços de grande vazão e para carro pipa urbano. O Governo Federal não estipulou um valor. Mas os indicativos mostram um valor, para os estados que hoje estavam lá, da ordem de R$ 200 milhões”, disse ainda o governador.