Neste dia 1º de fevereiro, os 513 deputados federais assumem o mandato conquistado em outubro do ano passado. Após a posse protocolar, as atenções se voltam para a disputa da presidência da Mesa Diretora, cargo pleiteado por Eduardo Cunha, Arlindo Chinaglia e Júlio Delgado (os principais). O Estado participa da corrida eleitoral interna com o voto dos 25 parlamentares pernambucanos. Desses, 12 são “novatos”. O percentual de 48% de renovação, entretanto, não quer dizer que os congressistas pernambucanos são neófitos. Entre os bem sucedidos na corrida eleitoral, estão ex-prefeitos, ex-deputados estaduais, ex-secretários de Estado e até um ex-governador, caso de Jarbas Vasconcelos (PMDB).
O mais jovem dos novatos é o deputado federal Kaio Maniçoba (PHS), que conseguiu entrar através do coeficiente eleitoral, com 28.585 votos. Ele tem apenas 31 anos, o que não quer dizer que não tenha envolvimento na política. É filho da prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba, e primo do deputado estadual reeleito Rodrigo Novaes (PSD). “Nunca tive cargo, mas sempre estive nos bastidores”, disse. Para o mandato, ele planeja ficar perto das “bases” e jogar luz sobre os problemas do sertão, de onde vem a maioria dos seus eleitores.
Três que assumem o primeiro mandato federal vieram da Assembleia Legislativa de Pernambuco: Betinho Gomes (PSDB), Daniel Coelho (PSDB) e João Fernando Coutinho (PSB). Os dois primeiros estão situados no bloco de oposição ao PT, liderado pelos tucanos. O socialista, embora afinado com os oposicionistas, identifica-se com uma postura de “independência”, assumida pelo PSB. “Vamos ter um desafio, para a oposição como um todo. Representar essa parcela da sociedade que votou em Aécio, no PSDB”, falou Daniel Coelho.
Betinho e Daniel disseram que vão colocar entre as prioridades a cobrança do Arco Metropolitano, obra viária de responsabilidade do governo federal que ainda não saiu do papel. “É algo muito importante para Pernambuco. Muitas empresa estão colocando suas bases em João Pessoa, por ser mais fácil o acesso. A gente corre o risco de não aproveitar esse pólo que está se formando em Goiana”, ponderou Daniel. Betinho elegeu dois temas principais para o mandato: mobilidade e educação. Com bases em Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, ele pretende concentrar uma atenção especial para ajudar o desenvolvimento do território de Suape, o qual chamou de “estratégico”.
Ex-prefeito de Limoeiro, Ricardo Teobaldo (PTB) estreia na Câmara Federal, após ter passado pelo legislativo estadual e executivo. “Quero me dedicar a questão da reforma política. Existem já no congresso várias propostas de emendas e quero trabalhar para que a gente consiga fazer a reforma. Outra questão é defender e apoiar os municípios, buscando uma repactuação federativa”, disse. Assim como Teobaldo, Marinaldo Rosendo (PSB) também exerce, pela primeira vez, um mandato federal. Ex-prefeito de Timbaúba, ele se dedica também à atividade empresarial.
Político de primeiro mandato, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) faz parte do partido que tem a maior bancada em Pernambuco. No planejamento do mandato, ele separa cinco temas principais: reforma política e federativa; educação e cultura; meio ambiente, água e energia; direito do consumidor; reforma urbana. A larga atuação tem por objetivo atender aos seus eleitores, que estão distribuídos quase que de forma equânime entre a Região Metropolitana do Recife e o interior pernambucano. “A ética irá orientar o meu trabalho a todo tempo. Uma das ideias é também fazer uma prestação de contas a cada seis meses”, conta.
Com a saída de quatro federais, atuais secretários do governo Paulo Câmara (PSB), assumem o mandato como suplentes: Cadoca (PCdoB), Augusto Coutinho (Solidariedade), Fernando Monteiro (PP) e Raul Jungmann (PPS).