Fernando Bezerra vê "pressões externas" para ter nome incluído em esquema de corrupção

Senador pernambucano se defendeu em entrevista à Rádio Jornal Petrolina
Do JC Online
Publicado em 13/03/2015 às 15:42
Senador pernambucano se defendeu em entrevista à Rádio Jornal Petrolina Foto: JC Imagem


O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) quebrou o silêncio e falou sobre o fato de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter protocolado um inquérito contra ele para apurar um suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. O socialista, que só vinha se manifestando por meio de notas enviadas à imprensa, concedeu entrevista à Rádio Jornal Petrolina na manhã desta sexta-feira (13).

"Eu já tinha me pronunciado sobre esses fatos que tinham inicialmente vazados em outubro quando nós colocamos que não fomos tesoureiros da campanha de Eduardo Campos, não participamos da campanha de Eduardo, não solicitamos recursos ao senhor Paulo Roberto Costa, não conheço Alberto Youssef, nunca tive contato nem pessoal, nem por telefone, nem através de outas pessoas com Youssef", falou.

Fernando Bezerra Coelho está em Araripina, no Sertão do Estado, e conversou com a equipe da Rádio Jornal Petrolina por telefone. Ele foi ao interior acompanhar o governador Paulo Câmara nos seminários do programa Todos por Pernambuco, que teve início nesta sexta-feira. O socialista declarou que não teme as consequências de ver seu nome incluído na Operação Lava Jato.

"Estou absolutamente tranquilo em relação às alegações que são feitas no âmbito das delações premiadas. Aqueles que tiveram o cuidado de analisar as delações viram as fragilidades das afirmações, inclusive de contradições. E aí só me restam duas alternativas: ou o trabalho de fato não foi bem feito e aí não é só em relação a minha pessoa, é em todas as pessoas que foram envolvidas ou então, por razões que não quero acreditar, razões externas, pressões externas, o nosso nome passou a ser incluído nessa relação", disse.

Nos depoimentos, o nome de Bezerra aparece como representante do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Bezerra foi ministro da Integração Nacional no início do primeiro governo Dilma, permanecendo no cargo até o final de 2013.

Com o pedido, sobe para 50 o número de investigados no Supremo Tribunal Federal  (STF) por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras (com o ex-ministro Antonio Palocci, que teve o processo enviado à Justiça do Paraná com recomendação de abertura de inquérito naquele foro, o total chega a 51) . Segundo a PGR, por um "erro processual" o material não foi enviado junto com os demais, no dia 3 de março, ao ministro Teori Zavascki.

"Estou tranquilo, reitero todas as afirmações que fiz anteriormente e vamos nos colocar à disposição das autoridades para fazer os esclarecimentos devidos e tenho certeza que ao final desse inquérito vai se chegar à constação óbvia, clara e cristalina que nós não temos nada a ver com essas alegações", finalizou o senador.

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