Articulada desde abril, a reunião do governador Paulo Câmara (PSB) com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não ocorreu ontem como previsto porque o auxiliar da presidente Dilma Rousseff (PT) precisou atender a um pedido da petista para acompanhar a votação das medidas do ajuste fiscal no Senado. Com o cancelamento da audiência, o socialista volta de Brasília sem respostas concretas para suas demandas fiscais. Uma nova reunião entre o governador e o ministro será agendada para este mês.
Sem a presença de Paulo e de Levy, o secretário estadual da Fazenda, Márcio Stefanni, reuniu-se com o secretário-executivo do ministério, Tarcísio Godoy, e com o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Barbosa Saintive. “A conversa foi um pouco prejudicada porque o ministro não pôde participar e o governador também não foi. São conversas iniciais. O poder de decisão está mais com o ministro”, disse Stefanni.
Os auxiliares do governador e do ministro conversaram sobre o Plano de Ajuste Fiscal (PAF) e sobre a possibilidade da União liberar os Estados para contratarem operações de crédito. Para tentar viabilizar essa liberação, a estratégia do governo estadual será a de mostrar a União que ela também sai ganhando com a iniciativa.
“Falamos da importância da contratação das operações de crédito para dar continuidade ao investimento em programas federais. Com esse dinheiro, a gente daria contrapartida a obras do PAC que estão prejudicadas”, destacou o secretário da Fazenda.
Sem a audiência com o ministro, Paulo se reuniu com o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, para tratar da instalação do novo centro de vôos internacionais e nacionais da TAM no Nordeste. Pernambuco está na briga com o Ceará e o Rio Grande do Norte. O governador, aliás, convocou uma reunião de caráter suprapartidário para debater o assunto hoje.
Em Brasília, Paulo também foi um dos conferencistas do 5º Seminário Internacional de Direito Administrativo e Administração Pública e falou sobre a experiência do Pacto pela Vida. Ele ainda participou de uma homenagem do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) ao ex-governador Eduardo Campos.