PT acredita em reestruturação durante Congresso Nacional

Realizado três meses após a primeira onda de protestos contra a presidente Dilma Rousseff, o Congresso Nacional do PT, que começa nesta quinta-feira (11) e segue até o sábado (13), está sendo visto como um momento de reestruturação interna da legenda em meio à crise política. “Vai ser um Congresso com muito debate. Minha expectativa é que ele possa representar uma auto-reforma no partido e uma busca por uma maior aproximação com os movimentos sociais”, afirmou Humberto Costa, líder do PT no Senado.

Um dos principais temas levantados no encontro deve ser o posicionamento da sigla frente ao ajuste fiscal do governo federal. Integrantes das correntes Novos Rumos e Esquerda Popular Socialista (EPS) vão apresentar um documento criticando a condução da política econômica do Planalto, feita pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Em todo encontro do PT haverá divergências em relação a vários pontos. Isso aconteceu no período de Lula também. Mas não será a maioria do Congresso”, garantiu Humberto.

Para Bruno Ribeiro, vice-presidente do partido em Pernambuco, o PT entende que o ajuste é necessário após o ciclo de investimentos públicos elevados e em um cenário de retração na economia, mas quer debater a aplicação de medidas como a taxação de fortunas para que as medidas não penalizem os mais pobres. “Parte expressiva (dos petistas) acha que quem tem mais precisa contribuir com mais”, explicou.

O financiamento interno do partido é outra das principais preocupações do encontro, já que a legenda havia vetado o recebimento de doações de empresas em abril, após a prisão do então tesoureiro João Vaccari Neto pela Operação Lava Jato. Ontem, após debater sobre uma campanha de doações com dirigentes e tesoureiros estaduais, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que vai propor a manutenção temporária do financiamento empresarial.

Pernambuco deve encaminhar ao Congresso 32 delegados. Entre os representantes estão a presidente estadual da legenda, Teresa Leitão, os ex-prefeitos do Recife João Paulo e João da Costa e o ex-deputado Fernando Ferro.