Depois do House of Cunha, o laboratório lançou um segundo site, o Quem me Representa, onde o internauta pode dizer o que pensa sobre 15 pautas polêmicas que foram analisadas pela Câmara neste ano e um algoritmo calcula qual dos deputados mais concordam com o que você pensa. Na página, é possível filtrar por Estados ou por partidos e saber, por exemplo, qual o parlamentar em quem você votou que realmente tem aprovados projetos com os quais você concorda.
"Um dos integrantes do laboratório, o Andryw Marques, ficou inspirado não para ver qual deputado se parece com outro deputado, mas qual deputado se parece com ele", conta Nazareno, sobre a origem do Quem Me Representa. "Ele surge dos mesmos dados. Mas ele teve o cuidado de selecionar 15 votações polêmicas e emblemáticas, geralmente relacionadas com a pauta de Cunha. E você pode dizer o seu voto e comparar com os deputados do seu Estado", explica.
Clique aqui para acessar o Quem me Representa.
De acordo com o professor, desde que a página foi lançada, o grupo já recebeu vários relatos de pessoas que se surpreendem com os dados que encontram. "Essa é uma comparação que era muito difícil de ser feita. No máximo, você consegue uma lista sobre como cada deputado votou em um tema específico. Mas aí você tem que ir guardando. A ideia é que a gente facilite isso para o cidadão", justifica.
Com a recepção positiva, o grupo tem trabalhado em versões mais atualizadas para os sites. Uma atualização do House of Cunha já está planejada para facilitar a navegação, tornando mais simples visualizar os dados dos deputados de um determinado Estado ou partido. Outra ideia é discriminar o comportamento de bancadas influentes, como os ruralistas e os evangélicos.
Além disso, os dois sites devem passar por atualizações para incluir votações do segundo semestre. "Dado o feedback que a gente tem recebido, temos o interesse de manter essa ferramenta, ajudando as pessoas a discutir a política", garante Nazareno.
Enquanto isso, os pesquisadores projetam o desenvolvimento de uma terceira página, com dados de compras e licitações que passam pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "A gente tem procurado licitações com valor ou dados inesperados. Ainda é algo muito inicial, mas já temos algumas ideias", promete o professor