Com caixa apertado, governo estadual vai readequar serviços oferecidos à população

Paulo Câmara também sinalizou que não deverá conceder reajuste salarial
Franco Benites
Publicado em 25/08/2015 às 6:40
Paulo Câmara também sinalizou que não deverá conceder reajuste salarial Foto: Edmar Melo/JC Imagem


A gestão Paulo Câmara (PSB) colocará em curso um novo “choque de gestão” para chegar ao final do ano sem maiores turbulências financeiras. Ontem, em reunião com todo o secretariado, o governador definiu que a meta perseguida pelo Plano de Contigenciamento de Gastos (PCG) agora será de R$ 920 milhões - R$ 600 milhões a mais do que o previsto em fevereiro. Os secretários estaduais foram orientados, mais uma vez, a reduzir as despesas internas e agora têm a missão de fazer cortes nos serviços prestados por suas pastas.

Uma das saídas estudadas é reduzir o horário de atendimento em alguns órgãos estaduais de modo que consiga se gastar menos com energia elétrica já que o pico no consumo é a partir das 17h30. As medidas serão tomadas de acordo com a característica de cada órgão.



“Nós, na Fazenda ou no Núcleo de Gestão, não temos a sensibilidade da ponta. Quem sabe é o secretário que presta o serviço. Nas próximas duas semanas, serão realizadas reuniões para acertar onde serão feitos os ajustes”, destacou o secretário da Fazenda, Márcio Stefanni, porta-voz do governo após a reunião.

O secretário disse que a política de cortes do governo buscará preservar as ações básicas. “Há a possibilidade de readequação de serviços prestados à população, mantendo sempre os mais essenciais. Tendemos a priorizar Educação, Saúde e Segurança que são comuns a toda a população”, enfatizou.

De acordo com informações de bastidores, a reunião foi tranquila e apenas uma secretaria foi colocada na berlinda por não ter cumprido as metas estabelecidas ém fevereiro. Até agora, segundo dados da Fazenda, o plano resultou numa economia de R$ 210 milhões.

Como o governo precisará cortar ainda mais na carne, haverá uma redução no quadro de terceirizados e Paulo Câmara não descarta uma reforma administrativa no final do ano. Como em outras ocasiões, os problemas foram vinculados a questões externas. “A economia do Brasil e de Pernambuco foi muito impactada pela crise da Petrobras, pela crise da Lava-Jato. Tivemos um dos maiores desempregos do Brasil. A refinaria parou de uma hora para a outra e os investimentos nos estaleiros também. A receita tem sido mais fraca do que esperávamos. Não se compra, não se consome e se não se consome não se arrecada imposto”, argumentou Stefanni.

REAJUSTE - O governo estadual também sinalizou que os servidores públicos não deverão ter uma melhoria salarial este ano já que o Estado não pode ampliar a folha de pagamento e infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Hoje a lei não nos permite conceder reajustes. Qualquer concessão de reajuste seria ilegal”, falou o secretário.

O auxiliar de Paulo Câmara contestou que a gestão não esteja pagando os terceirizados, garantiu que o governador honrará o pagamento dos servidores públicos em dia, ao contrário de outros Estados, e indicou que os aprovados em qualquer concurso realizado pelo governo não serão chamados este ano. “Estamos impedidos de contratar”, disse.

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