Eduardo Cunha deve sofrer boicote da oposição

Deputados oposicionistas prometem obstruir as sessões na Câmara para inviabilizar presidência do peemedebista
Paulo Veras
Publicado em 24/11/2015 às 7:00
Deputados oposicionistas prometem obstruir as sessões na Câmara para inviabilizar presidência do peemedebista Foto: Foto: Alex Ferreira/Agência Câmara


Depois de ver a oposição esvaziar o plenário na semana passada após manobrar para atrasa o processo que pede a sua cassação, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve começar a enfrentar um boicote sistemático dos deputados oposicionistas no plenário a partir desta terça-feira (24), como uma forma de pressionar por sua renúncia. O dia promete ser decisivo para Cunha. A bancada governista também vai se reunir pela manhã para decidir como se posicionará em relação à permanência do peemedebista na presidência da Casa e, à tarde, o Conselho de Ética deve apreciar o parecer favorável à abertura de um processo de cassação contra ele.

Mesmo que estejam em plenário, os oposicionistas não irão registrar suas presenças para evitar que haja quórum para as votações. Até pouco tempo, a oposição vinha dando sustentação ao peemedebista na esperança de que ele abrisse um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Depois que vieram à tona contas na Suíça no nome do presidente da Câmara, ele se reaproximou do PT para tentar evitar um procesos de cassação.

"Ele já tinha perdido as condições formais e presidir. Semana passada, com um movimento que demonstrou um ato ostensivo contra o funcionamento do Conselho de Ética, ele perdeu as condições e fato", afirmou o deputado Bruno Araújo (PSDB), líder da Minoria na Câmara. "Há uma ideia de tardar o registro de presença dos parlamentares no plenário, ou que só o façam a partir do momento que atingir o quórum. Isso deve, na prática, inviabilizar a condução da presidência de Eduardo Cunha", disse o tucano, durante um evento no Palácio do Campo das Princesas.

Líder do DEM na Casa, o deputado Mendonça Filho defende que a oposição se coloque oficialmente em obstrução. A estratégia de não registrar a presença permite que os deputados possam voltar atrás e comparecer se um projeto importante for colocado em pauta. "Sou contra a obstrução seletiva. Senão ele vai colocando matéria atrás de matéria e terminamos votando tudo", explicou Mendonça.

Na semana passada, o PT continuou em plenário durante a retirada dos oposicionistas. Hoje, às 10h, os partidos governistas prometem se reunir. "A gente vai discutir que tipo de estratégia o governo vai adotar. É preciso ficar claro que quem vinha ajudando Eduardo Cunha não era o governo, mas a oposição", rebateu Silvio Costa (PSC), vice-líder do governo.

O PMDB tem procurado se isolar de Eduardo Cunha. Seguindo a linha, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), preferiu não comentar o processo de cassação do mandato do presidente da Câmara, que pode ser instaurado no Conselho de Ética. "Eu sou presidente da outra casa. Tenho evitado fazer esse comentário em função da necessidade do funcionamento do bicameralismo."

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