Os detalhes da investigação sobre a morte do empresário Paulo César de Barros Morato, investigado na Operação Turbulência, que apura um esquema de lavagem de dinheiro oriundo de obras públicas - como a Transposição do Rio São Francisco - para abastecer campanhas políticas, foram divulgados nesta terça-feira (30) pela delegada Gleide Angelo, da Delegacia de Homicídios de Olinda, no Grande Recife. Segundo o inquérito, Morato se suicidou e entrou sozinho no motel Tititi, onde foi encontrado morto por evenenamento no dia 22 de junho.
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Três meses após a morte de Morato, a polícia afirma que 17 perícias foram realizadas ao longo da investigação. As imagens do circuito interno de segurança do motel foram analisadas e apontam que o empresário entrou sozinho no local. A condução da investigação foi alvo de polêmica por conta de divergências entre a perícia papiloscopista e o trabalho inicial do Instituto de Medicina Legal (IML). Para a polícia, a violação do local do crime não foi algo ilegal e o procedimento dos funcionários do motel foram todos corretos.
#CasoMorato Ninguém entrou ou saiu do quarto do motel, garante Polícia Civil pic.twitter.com/qd3EQQdSYR
— Jornal do Commercio (@jc_pe) 30 de agosto de 2016
De acordo com Gleide Angelo, ninguém entrou ou saiu do quarto do motel enquanto o empresário esteve lá. "Não tenho nenhum indício, nem meio, de crime", garantiu. A perita criminal Vanja Coelho explica que "não foi encontrado nenhum sinal externo de violência no corpo da vítima".
#CasoMorato Não foi encontrado nenhum sinal externo de violência no corpo da vítima, diz Polícia Civil pic.twitter.com/z1pHSiTcP9
— Jornal do Commercio (@jc_pe) 30 de agosto de 2016
Entenda o caso
Paulo Morato foi encontrado sem vida no Motel Tititi, situado no bairro da Sapucaia, em Olinda, no dia 22 de junho deste ano, apenas um dia após a Polícia Federal deflagrar a Operação Turbulência no Estado. Em decorrência da operação, a PF prendeu os empresários João Carlos Lyra, Eduardo Freire, Apolo Santana e Arthur Rosal, que também participariam do grupo criminoso que, segundo a investigação, desviava dinheiro para campanhas políticas. Todos permanecem no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.
A Polícia Civil já havia confirmado que o empresário morreu após ingerir chumbinho, os detalhes divulgados hoje apresentam a confirmação da morte por suicídio.
No quarto do motel, foram encontrados pen drives, celulares, três frascos e uma garrafa de água com cheiro ruim.