Há pouco mais de um mês no cargo, o prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), se envolveu em mais uma celeuma. Um aliado acusou o prefeito de agressão nesta quinta-feira (9). O pastor André Lourenço, 39 anos, militou na campanha do atual gestor e relatou ter levado empurrões de Meira e dos seguranças dele, após uma discussão na prefeitura. O aliado registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Camaragibe e seguiu para o Instituto de Medicina Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito. O prefeito nega a acusação.
Segundo André Lourenço, ele foi ao gabinete de Meira pedir assistência a um jovem dependente químico. O pastor, que atua em uma clínica de reabilitação, disse que buscava regularizar a situação do adolescente.
“Ele bateu em cima da mesa e disse que a nossa questão política estava rompida e não cumpriria nada. Disse que precisava falar com ele sobre a situação do menor e, infelizmente, ele abriu a porta e deu três tapas nas minhas costas”, conta Lourenço. “Quando fui chamar o advogado na ante-sala, Meira puxou meu braço e me expulsou da prefeitura”, acrescentou.
O ex-aliado grifou ainda as recentes desavenças de Meira com os apoiadores. “Todo mundo que tem relação política com Meira se tornou inimigo dele”, disse.
Em nota, o prefeito afirmou que o pastor foi à prefeitura pleitear problemas de ordem pessoal. “Não conformado com a resposta, ele tentou novamente impor sua vontade por meio de agressões verbais e ao perceber que não obteve êxito dirigiu-se à delegacia para me caluniar”.
Meira disse estar tranquilo quanto às acusações e afirma ter testemunhas de que o fato não aconteceu. “Na ocasião, estavam presentes o chefe de gabinete, secretária e minha filha, e mesmo estando em horário de almoço abri exceção para atendê-lo”, observou.
O prefeitou acrescentou ainda que o pastor é conhecido por seu ‘temperamento desequilibrado’ e que já houve relatos na prefeitura de que ele ameaçou secretários e servidores.
Assista ao vídeo em que o pastor fala da agressão
No fim de janeiro, Meira (PTB) e sua vice, Nadegi Queiroz (PSDC), trocaram acusações e colocaram fim à parceria que resultou na eleição de ambos. A vice acumulava o comando da secretaria municipal de Saúde e deixou a pasta.
Na ocasião, o prefeito afirmou que não houve rompimento político mas intolerância à má gestão de recursos na secretaria de Saúde.
A vice-prefeita rebateu as acusações de Meira e publicou uma nota em suas redes sociais, mas foi além e também prestou queixa contra o prefeito na delegacia de Camaragibe. “Ele me acusou de estar fraudando o processo de licitação e de cotação de preço de fornecedores e falou que eu e minha equipe estávamos alterando a documentação da empresa (participante da licitação). Agora vai ter que provar na Justiça”, disse.
Há uma semana, o prefeito exonerou o procurador-geral do município, o advogado Leonardo Neves.
"Novamente fui alvo de inverdades, proferidas pelo senhor André Lourenço, que ao pleitear solução de problema pessoal, que não pude atender, exaltou-se dentro do meu gabinete. Não conformado com a resposta, este novamente tentou impor sua vontade por meio de agressões verbais, e ao perceber que não obteve êxito dirigiu-se a Delegacia para me caluniar.
Fico tranquilo quanto às acusações pois tenho testemunhas de que o fato não ocorreu. Na ocasião, estavam presentes o chefe de gabinete, secretária e minha filha, e mesmo estando em horário de almoço abri exceção para atendê-lo.
O acusador inclusive já é conhecido por seu temperamento desequilibrado tendo já ameaçado secretários e servidores efetivos do município, inclusive sido advertido que se o mesmo repetisse o modo operandi a prefeitura iria denunciá-lo por desacato a autoridade pública no exercício de suas funções.
Informo ainda que funcionários da Prefeitura já foram para Delegacia prestar queixa e relatar os fatos verídicos".