Em entrevista ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal na manhã desta sexta-feira (10), o senador Cristovam Buarque (PPS) afirmou que nenhum político está livre do alvo de delatores na "Lista de Janot". O procurador geral da república, Rodrigo Janot, deve divulgar em breve uma nova lista de pedidos de inquérito no Supremo Tribunal Federal a partir da delação de 77 executivos da construtora Odebrecht na Operação Lava Jato.
Cristovam contou que há uma tensão individual por parte dos políticos que foram candidatos nos últimos anos com a expectativa das delações premiadas. "Ninguém pode garantir que está livre de um delator dizer que houve caixa dois". Para Cristovam, uma campanha é muito complexa e há várias possibilidades nos trâmites do financiamento eleitoral. Uma delas é o pagamento de propina a algum integrante da campanha sem o conhecimento do candidato. Outra seria a dissociação entre caixa dois e proprina. "Não é impossível uma denúncia de caixa dois, um candidato sabendo, mas sem ser resultado de propina", conta.
Com os desdobramentos da Operação Lava Jato, segundo o senador, o Brasil está caminhando para ficar sem lideranças por conta dos erros dessas próprias lideranças. "Seja qual for o desastre que venha para o país por conta da Lava Jato, por exemplo a morte política de uma geração, o Brasil vai ser melhor depois". Ele demonstrou preocupação quanto ao futuro do país. "O que vai acontecer depois que tudo sair? Que forças vão liderar o país? Quais são os partidos que vão nos liderar nos próximos anos?", questiona.
O senador, durante a entrevista, afirmou que o Michel Temer (PMDB) deve reconhecer que o ex-presidente Lula foi o principal iniciador do projeto de Transposição do Rio São Francisco. Temer inaugura hoje o Eixo Leste das obras, que beneficiará o estado da Paraíba. O presidente vai visitar hoje no estado as cidades de Campina Grande e Monteiro, além do município de Sertânia em Pernambuco.