Com posicionamento contrário à Executiva Nacional do partido, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) subiu ao plenário do Senado nesta quarta-feira (3) para defender que a reforma trabalhista é o único meio para retomada do investimento e do emprego. Ele mencionou estatísticas sobre o aumento no número de desempregados, situação que prejudica especialmente as populações mais vulneráveis no Norte e no Nordeste. Ele também criticou o excesso de ações na Justiça trabalhista: 4 milhões de processos, ou 4,5% da força de trabalho.
O senador disse que o atraso na legislação faz com que a abertura de postos de trabalho se torne cara e arriscada, principalmente para as pequenas empresas, e a elevada informalidade deixa milhões de trabalhadores sem direito algum.
Segundo o senador, a modernização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é indispensável para reconhecer as modalidades alternativas de trabalho do século 21 e gerar novos empregos. A proposta do governo Temer tramita na Senado como PLC 38/2017.
Fernando também mencionou estudo do economista Alexandre Rands sobre a reforma trabalhista, segundo o qual a nova legislação poderá reduzir de imediato em até 10% o índice de desemprego, além de elevar a média de salários em um prazo de cinco anos. Em sua opinião, o assunto deve ser discutido com "equilíbrio e serenidade" pelos parlamentares, mas sem perder a coragem.
"A razão de ser deste governo é superar a grave crise econômica em que o país mergulhou, e não temos outro caminho senão perseverar pela aprovação das reformas que poderá nos conduzir à retomada do investimento e do emprego".
Entre os deputados federais do PSB em Pernambuco, Danilo Cabral e Tadeu Alencar afirmaram que o fato da Executiva nacional do partido ter fechado questão contra as reformas da Previdência e Trabalhista indica que os socialistas têm se reaproximado de sua base e da esquerda.
Já Fernando Bezerra Coelho (PSB), mais próximo ao governo Michel Temer (PMDB), tem apoiado as reformas apresentadas pela gestão peemedebista. O pernambucano já avisou que vai apoiar o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), na disputa pela presidência do partido. A queda de braço com Carlos Siqueira pode valer mais do que o comando da Executiva nacional e significar de qual lado os socialistas estarão no futuro.
Humberto lembrou, ainda, que três ministros pernambucanos foram exonerados para votarem - Mendonça Filho (DEM), da Educação; Bruno Araújo (PSDB), das Cidades; e Fernando Coelho Filho (PSB), de Minas e Energia.