Com informações do repórter Franco Benites
Em primeira agenda oficial após divulgação dos vídeos das delações do executivo da JBS, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), fez um pronunciamento sobre as denúncias envolvendo ele, o prefeito Geraldo Julio (PSB) e o ex-governador Eduardo Campos, falecido em 2014. O governador assinou uma ordem de serviço para a reforma do novo Centro Esportivo Santos Dumont no Palácio do Campo das Princesas nesta segunda-feira (22) à tarde.
Escute o áudio do pronunciamento:
"Quero dizer que estou indignado, mas não vou baixar a cabeça, eu tenho o compromisso de trabalhar por Pernambuco, e vou continuar trabalhando, sou servidor público, vivo do meu salário e só tenho dois patrimônios: a minha família e meu nome", disse Paulo Câmara em discurso emocionado.
O governador reafirmou o discurso da nota oficial divulgada nessa sexta-feira (19), repudiando denúncia do diretor de Relações Institucionais da JBS, Eduardo Saud, de que ele teria negociado o recebimento de propina para sua campanha eleitoral para governador em 2014, juntamente com Geraldo Julio.
"Eu quero primeiro dizer a cada um de vocês que a minha campanha eleitoral de 2014 não recebeu recursos da empresa JBS. Nem minha campanha nem o PSB estadual recebeu nenhum centavo desta empresa. As doações que a JBS fez foram ao PSB nacional e está tudo registrado", contou Paulo. Ele argumentou ainda que segundo Saud, as doações ao PSB nacional ocorreram sem nenhuma contrapartida ou benefício.
Segundo Paulo, na análise dos documentos apresentados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ele não é mencionado. "Quero dizer isso porque a análise de todos os documentos assinados pelo procurador da República Rodrigo Janot e devidamente encaminhados e chancelados pelo ministro Edson Fachin não há menção ao nome de Paulo Câmara, ao nome de Geraldo Julio e ao nome de Eduardo Campos", completou o governador.
Ao lado do governador Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, que também é citado na delação de Ricardo Saud, da JBS, deu declarações públicas nesta segunda e rechaçou o depoimento do delator. Ele classificou a acusação como "absurda, inaceitável".
"Uma acusação que é, inclusive, desmentida no próprio depoimento e não houve nenhuma troca de favores e, se não houve troca de favores, não há de se falar em propina", afirmou. Tanto Geraldo quanto Paulo confirmam que procuraram a empresa em busca de financiamento para a campanha de 2014, o que era permitido pela lei eleitoral.
"A gente fez a solicitação de recursos legais, doações conforme a lei. Essas doações não foram feitas ao PSB de pernambuco, à campanha do governador Paulo Câmara. Não foi feita a doação, não chegou recurso aqui e o próprio depoente afirma que não houve troca de favores. Então é absurdo falar em propina", acrescentou o prefeito.
O presidente estadual o PSB, Sileno Guedes, divulgou uma nota em resposta às declarações do senado Armando Monteiro (PTB) cobrando esclarecimentos do governador Paulo Câmara (PSB) sobre a delação da JBS.
Leia a nota na íntegra:
"O senador Armando Monteiro, conhecido em Pernambuco como o "ministro do desemprego", mente reiteradamente quando fala do PSB. Foi esse mesmo partido e o ex-governador Eduardo Campos que possibilitaram que ele se elegesse, apesar de ser um candidato "pesado", como se diz. Era até então um inexpressivo deputado que, depois de circular por todos os campos políticos de Pernambuco, só venceu uma eleição majoritária tirando proveito da popularidade de Eduardo.
Armando, mais uma vez, tenta surfar no noticiário. Tenta surfar na honra de homens públicos sérios, como o ex-governador Eduardo Campos - que nem está entre nós para se defender -, o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio.
O PSB, desde o primeiro momento, defendeu e defende as investigações de todas as operações de combate à corrupção. Em todos os episódios citados pelo "senador do desemprego", o PSB jamais se esquivou de prestar os esclarecimentos necessários. É mentira que o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio sejam objetos de alguma ação judicial.
Atribuir malfeitos ao governador Paulo Câmara decorre mais de um desejo de Armando do que a realidade dos fatos. A verdade é que o senador do PTB só pensa exclusivamente nas eleições de 2018.
Armando pouco se importa com as pernambucanas e pernambucanos desempregados. Sua trajetória comprova total incapacidade administrativa tanto no setor privado, quando quebrou de usina a banco e agora, mais recentemente, quando protagonizou como ministro uma das maiores crises econômicas da história do Brasil, sendo responsável direto pelo número recorde de desempregados no país, entre 2015 e 2016.
Ao contrário de Armando, Paulo Câmara é um líder que pensa na vida dos que mais precisam. Paulo trabalha para criar empregos, melhorar a Educação, a Saúde e a Segurança Pública.
Não é Armando e meia dúzia de bajuladores que o cerca que vão tirar Paulo e o PSB de Pernambuco do compromisso com os que mais precisam."