A Presidência do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) afirmou, por meio de nota, que desconhece qualquer prática de irregularidade dentro da instituição. O esclarecimento se deu por conta da Operação "Alcmeón", deflagrada nesta quarta-feira (30) pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), que investiga fraudes no TRF5. Os suspeitos são investigados pela prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, exploração de prestígio, falsidade ideológica e associação criminosa.
Dentro da operação, deverão ser cumpridos dois mandados de prisão, oito de condução coercitiva e 13 de busca e apreensão no Rio Grande do Norte e Pernambuco. As 2ª e a 14ª Varas Federais do Rio Grande do Norte estão conduzindo as investigações ligadas a dois inquéritos. O primeiro se trata de uma investigação de compra e venda de votos de dois desembargadores federais para as análises de um habeas corpus e de um mandado de segurança julgados pelo TRF5 em 2012. Os casos foram julgados na Operação Pecado Capital que investigou esquema de desvio de recursos repassados pelo Inmetro ao Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (Ipem-RN).
Entre os dois desembargadores, um faleceu e o outro está aposentado. Os crimes teriam envolvido ainda advogados e um ex-assessor do desembargador aposentado no processo de repasses de valores em espécie de R$ 350 mil através de transferências bancárias. O único mandado de prisão coercitiva cumprido no Recife teve como alvo o ex-assessor, que reside no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Ele prestou depoimento na sede da Polícia Federal de Pernambuco e liberado em seguida. Ele responderá pelo inquérito de corrupção ativa em liberdade.
O desembargador também é alvo de outro inquérito que investiga práticas de "exploração de prestígio" no TRF5 entre 2015 e 2017. Ele teria pedido propina para influenciar outros magistrados em outros casos, como na Operação Salt, que investiga um suposto esquema de sonegação fiscal em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
A nota da presidência também afirma que o TRF5 "sempre usufruiu de elevado conceito no meio jurídico brasileiro, tanto por sua seriedade quanto pela celeridade da prestação jurisdicional". Ainda segundo a nota, o tribunal diz ter tomado conhecimento dos fatos por meio da imprensa.