Solenidade de entrega do relatório da Comissão da Verdade lembra presos e desaparecidos políticos

Nomes que ajudaram a elaborar o documento reforçam a necessidade de manter a democracia do País
Mariana Araújo
Publicado em 25/09/2017 às 21:02
Nomes que ajudaram a elaborar o documento reforçam a necessidade de manter a democracia do País Foto: Foto: Roberto Pereira/SEI


O Relatório Final da Comissão Estadual da Memória e da Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC) foi entregue na tarde dessa segunda-feira (25) ao governador Paulo Câmara (PSB) em solenidade no Palácio do Campo das princesas. Saindo dos tradicionais eventos no Salão das Bandeiras, um palco foi armado no jardim da sede do governo. O governador receeu membros da Comissão, além de familiares de presos e desaparecidos políticos do período do regime militar no Brasil.

Dividido em dois exemplares, o relatório tenta esclarecer casos de tortura e assassinatos ocorridos em Pernambuco entre os anos de 1946 e 1988. O texto congrega cerca de 70 mil documentos e 157 depoimentos colhidos em sessões públicas e reservadas.

O relatório e os documentos estão disponíveis para consulta no Arquivo Público do Estado e no site www.comissaodaverdade.pe.gov.br.

Um dos momentos emocionantes da solenidade foi quando o mestre de cerimônias do Palácio leu os nomes dos desaparecidos políticos do Estado e a plateia respondeu a cada um com “presente”.

Paulo Câmara informou que o relatório será disponibilizado nas escolas da rede estadual. “Esses relatórios serão distribuídos em todas as escolas estaduais para que as novas gerações de pernambucanos conheçam a verdade, conheçam a história e saibam, de maneira definitiva, que qualuer regime de exceção que não respeita a democracia, ele é danoso ao país, à democracia”, disse o governador.

DEMOCRACIA

Para o coordeandor da Comissão, Fernando de Vasconcelos Coelho, o relatório reforça a necessidade de manter a democracia no País. “São histórias de violações ocorridas durante a didatura que fazem, entre outras coisas, ver que o caminho não é voltar à ditadura. Jamais a gente avançaria. O que devemos fazer é aprofundar a democracia e o respeito às liberdadees, como é da própria índole do brasileiro”, afirmou.

Cristina Capistrano, filha de David Capistrano, dirigente do PCB desaparecido em 1974, evidenciou que o relatório precisa ser conhecido pela sociedade e cobrou mais respostas pelos crimes cometidos. “O que a gente pode ainda dizer é que continuamos cobrando do estado brasileiro uma resposta do que aconteceu com essas pessoas. Porque na maioria dos casos, não conseguimos chegar nem perto das respostas, muito menos dos restos mortais”, disse.

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