Atualizada às 18h02
Policiais militares e populares tiveram que separar uma discussão entre os deputados Joel da Harpa (PTN) e Zé Maurício (PP) durante uma audiência pública para debater o Pacto Pela Vida na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na tarde desta quinta-feira (19). A reunião acabou após o bate-boca entre deputados do governo e da oposição e pessoas que acompanhavam o debate. É a segunda vez neste ano que uma reunião para discutir a segurança pública na Alepe é encerrada por causa de discussões.
Em meio a troca de críticas entre governo e oposição, Joel e Zé Maurício começaram a gritar e colocar o dedo um na cara do outro. Foi preciso que as pessoas que estavam ao lado, incluindo o deputado Ricardo Costa (PMDB), separassem os dois. Policiais militares entraram no meio entre os dois parlamentares, que continuaram gritando um com o outro, mesmo a distância.
Policiais também isolaram o púlpito do auditório Sérgio Guerra, no primeiro andar da nova sede da Alepe, onde estavam as autoridades que participavam da discussão. Governo e oposição trocaram acusações sobre quem iniciou o bate-boca. Enquanto a oposição acusa o governo de ter levado uma claque para tumultuar o debate, os governistas acusaram a oposição de querer evitar o debate. Parlamentares dos dois lados avaliaram como difícil que a Alepe volte a fazer uma reunião para discutir a violência.
Por causa da briga, nem representantes da OAB, nem da sociedade civil, como sindicatos de policiais e o Gajope, conseguiram falar. Embora o caso entre Joel da Harpa e Zé Maurício tenha sido o mais grave, houve bate-boca entre outros deputados do governo e da oposição.
No final da tarde, o deputado Zé Maurício divulgou uma nota de esclarecimento em que afirma que o desentendimento se deu por necessidade de se garantir, através da tentativa de diálogo com o deputado Joel da Harpa, o tempo reservado para pronunciamento dos demais integrantes da reunião.
"O deputado Zé Maurício lamenta o acontecido, na esperança de que outros debates sobre o Pacto pela Vida sejam realizados na Casa Joaquim Nabuco, de maneira efetivamente democrática, respeitando o princípio da participação popular, a fim de trazer proposições favoráveis à segurança da população pernambucana e contribuições ao PPV", afirma o texto.
Em conversa com o JC por telefone, o deputado Joel da Harpa afirmou não ter problema com o colega Zé Maurício, a não ser naquele momento em que os ânimos estavam mais exaltados. Ele também disse que o parlamentar do PP foi no seu gabinete após o encerramento da audiência e que os dois se entenderam.
"O caso com o deputado Zé Maurício foi que no meio de toda aquela turbulência criada por aquele grupo do governo que estava ali infiltrado. Ai o deputado Zé Maurício veio cobrar de mim porque eu passei mais tempo na tribuna. Eu fui falar para ele que eu tinha direito de falar como o secretário teve. Aí ele se exaltou comigo, eu me exaltei com ele, e terminou que tivemos aquele certo contratempo. Mas eu já conversei com ele após ter passado aquilo ali. É um deputado com quem a gente se dá muito bem na Casa. Não tem problema nenhum de relacionamento. Foi uma coisa pontual do momento. E jamais a gente vai levar isso para o pessoal e para o dia-a-dia da Casa", afirmou Joel.
Presidente da Comissão de Administração da Alepe, o deputado Lucas Ramos (PSB) lamentou o encerramento precoce da reunião, também por meio de nota. "O deputado Joel da Harpa, ao optar por usar a Tribuna para discutir um problema pessoal contra o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, deixou de lado o importante debate sobre a Segurança Pública no Estado, tema de interesse de toda a população pernambucana. Diante da radicalização que se estabeleceu dentro do auditório, não restou ao deputado Lucas Ramos, presidente da Audiência Pública, outra alternativa a não ser encerrá-la", explicou o socialista.
A audiência começou tranquila, com o líder da oposição, Sílvio Costa Filho (PRB), apresentando uma lista com 16 propostas para o governo tentar melhorar a segurança. Depois dele, o secretário de Planejamento, Márcio Stefanni, coordenador do Pacto Pela Vida, falou por mais de uma hora e meia, detalhando todas as ações realizadas pelo governo na área de segurança.
Stefanni agradeceu a colaboração da oposição e da OAB, que divulgou na semana passada um relatório com sugestões para a segurança, mas disse que boa parte das propostas já vinham sendo colocadas em prática, de alguma forma, pelo governo Paulo Câmara. Após o fim da reunião, Sílvio tentou marcar com Stefanni uma reunião na próxima semana para detalhar as sugestões.
NOTA OFICIAL
Em virtude da situação inesperada de desentendimento com o deputado Joel da Harpa, ocorrida após a Audiência Pública sobre o Pacto pela Vida (PPV) desta quinta (19), no auditório Sérgio Guerra da Assembleia Legislativa de PE, o deputado Zé Maurício (PP) esclarece que o incidente se deu por necessidade de se garantir, através de tentativa de diálogo com o deputado Joel da Harpa, o tempo reservado para pronunciamento dos demais integrantes da reunião.
O deputado Joel da Harpa vinha excedendo o tempo de fala na Tribuna, priorizando outros assuntos que não o tema da audiência – que é de máximo interesse público – gerando o tumulto. Assim, o deputado Lucas Ramos (Presidente da Comissão de Administração Pública) e os demais componentes da mesa decidiram encerrar a sessão. Desse modo, o deputado Zé Maurício tentou, sem sucesso, minimizar os ânimos elevados do deputado Joel da Harpa, o que culminou na discussão.
Diante disso, o deputado Zé Maurício lamenta o acontecido, na esperança de que outros debates sobre o Pacto pela Vida sejam realizados na Casa Joaquim Nabuco, de maneira efetivamente democrática, respeitando o princípio da participação popular, a fim de trazer proposições favoráveis à segurança da população pernambucana e contribuições ao PPV.
Gabinete do Deputado Estadual Zé Maurício (PP)
NOTA OFICIAL
LUCAS RAMOS LAMENTA ENCERRAMENTO PREMATURO DE AUDIÊNCIA SOBRE PACTO PELA VIDA
O deputado estadual Lucas Ramos (PSB) lamenta o encerramento prematuro da Audiência Pública sobre o Pacto Pela Vida, promovida nesta quinta-feira, 19, na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O deputado Joel da Harpa, ao optar por usar a Tribuna para discutir um problema pessoal contra o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, deixou de lado o importante debate sobre a Segurança Pública no Estado, tema de interesse de toda a população pernambucana. Diante da radicalização que se estabeleceu dentro do auditório, não restou ao deputado Lucas Ramos, presidente da Audiência Pública, outra alternativa a não ser encerrá-la.
Gabinete do Deputado Estadual Lucas Ramos (PSB)
O caso com o deputado Zé Maurício foi que no meio de toda aquela turbulência criada por aquele grupo do governo que estava ali infiltrado. Ai o deputado Zé Maurício veio cobrar de mim porque eu passei mais tempo na tribuna. Eu fui falar para ele que eu tinha direito de falar como o secretário teve. Aí ele se exaultou comigo, eu me exaltei com ele, e terminou que tivemos aquele certo contratempo. Mas eu já conversei com ele após ter passado aquilo ali. É um deputado com quem a gente se dá muito bem na Casa. Não tem problema nenhum de relacionamento. Foi uma coisa pontual do momento. E jamais a gente vai levar isso para o pessoal e para o dia-a-dia da Casa. A gente teve uma conversa depois, porque nosso gabinete fica no mesmo andar. Ele foi lá e a gente se entendeu. Não tem nenhum problema entre o eu e o deputado Zé Maurício a não ser naquele momento com os ânimos mais exaltados.