Em entrevista ao cientista político Antônio Lavareda, o cantor e compositor Gilberto Gil diz acreditar que, após os escândalos revelados pela Operação Lava Jato, o sistema político brasileiro terá que se reinventar. De acordo com o artista, que tem mais de 60 álbuns lançados e já foi vereador de Salvador em 1988 e ministro da Cultura entre 2003 e 2008, as soluções paliativas que estão sendo feitas no Congresso, como a aprovação de uma cláusula de desempenho válida já para o próximo pleito, não evitarão que uma reforma política profunda seja feita em breve.
“A sociedade, o próprio sistema político e a economia estão fazendo novas exigências, então esses ‘arremedos’ podem ser feitos agora, mas uma reforma política vai ter que ser encarada com seriedade daqui a pouco tempo, acredito que logo depois das eleições do ano que vem, até pela questão da governabilidade, das coligações, como o novo presidente vai trabalhar as alianças e tudo isso vai ser um dado fundamental para o novo período republicano brasileiro”, pontuou Gil.
Ainda abordando temas políticos, Gil comentou que concorda com a afirmação do ex-ministro Aldo Rebelo (PSB), que disse que, na sua visão, um político de centro vencerá a próxima disputa presidencial. O baiano completou dizendo que isso não mudará a fórmula que já vem sendo utilizada pelo País nas últimas eleições.
“Fernando Henrique, Lula, Dilma, todos esses nomes caracterizaram governos de centro no Brasil. Eu não me lembro de uma proposta feita aqui que tenha sido propriamente de esquerda - Brizola, quiçá - nem de direita. Do ponto de vista eleitoral, o que a gente teve aqui foram governos de centro”, opinou.
O bate-papo com o músico que foi nomeado artista pela paz pela Unesco, vai ao ar no programa 20 Minutos deste sábado, às 19h20, pela TV Jornal, e será retransmitido amanhã, às 11h40, na Rádio Jornal. Também será possível acompanhar a entrevista, na qual ele também falou sobre cultura, pelo perfil no Facebook da TV Jornal e pela TV JC.