Ao discursar para um grupo de empresários no Recife, na manhã desta segunda-feira (20), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que não quer ser candidato apenas para derrotar o ex-presidente Lula (PT) ou o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), mas para mudar o Brasil. Assumindo o posto de pré-candidato ao Palácio do Planalto, Alckmin também sinalizou que gostaria de ter um vice do Nordeste.
"Me perguntam se eu quero ser candidato para evitar a vitória do Lula e do Bolsonaro. Não. Eu quero ser candidato para mudar o Brasil. Sei que não é fácil. Mas temos que trabalhar juntos. Fazer reformas macro. O presidencialismo tem um problema que é a baixaria. Quem não se lembra da eleição americana, entre Hilary e Trump? Qual fez a campanha de mais baixo nível? Porque é um embate de personalidades. Diferente do parlamentarismo, um sistema superior, onde o embate é de partidos", afirmou o governador. "O lado positivo é que quem ganha vai ter mais de 60 milhões de votos. Há legitimidade. Então o primeiro ano é central", completou o tucano.
No final de outubro, o Ibope indicou Lula no primeiro lugar na preferência dos eleitores, com 35% das intenções de voto. Bolsonaro aparecia em segundo, com 13%; sendo o nome que disputaria o segundo turno contra o petista. Com 5%, Alckmin pontuou em quarto lugar, atrás da ex-senadora Marina Silva (Rede), que tinha 8%, e empatado com o apresentador de TV Luciano Huck.
Apesar de falar abertamente sobre sua pré-candidatura, Alckmin foi comedido ao avaliar a montagem do seu ministério. Questionado por um empresário se nomearia o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) para a Educação, o tucano preferiu evitar apresentar a composição de nomes. "Eu acho o Cristovam Buarque um grande nome. Agora esse negócio de nomear ministro antes da hora dá um azar danado", brincou, arrancando risos da plateia.
Alckmin fez uma palestra para empresários do braço pernambucano do Lide, movimento ligado ao prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). No Recife, ele também foi à missa, comeu em um mercado público e se reuniu com a ex-primeira-dama Renata Campos e com o prefeito Geraldo Julio; nomes que definirão quem o PSB apoiará na corrida presidencial do próximo ano.